a música enche o tempo: o Princípio flutua no ar
oscilam vozes nas escadas. subimos as pedras. cada degrau emite outro murmúrio. subimos. demoram-se as mãos apaixonadas entrando nas guitarras aéreas que voam descendo do incêndio no telhado. subimos mais. sentimos melhor as guitarras livres na vibração das paredes e do chão.
dentro do amor noturno, a viagem indefinível: o sonho da passagem entre cosmos.
cada Princípio é Princípio futuro: matéria fascinante no ar, como se chegássemos à-beira-mar tropical por uma gruta de montanha Ártica.
dançam órbitas excêntricas de coração aberto muito ardentes
a música enche a casa de festa quase em ruínas há séculos
a música é a linguagem do amor noturno
sombras transparentes