Aqui é o Corpo do Tempo
Tu chegas aqui e dizes poderia viver Aqui para sempre. Exclamas assim do nada. O entusiasmo exclama sobre Aqui. Ouves o teu eco e sentes que acontece. Fazes acontecer. Entras no Poder-de-Génese. Vai dizendo e acontece.
Aqui é o Corpo do Tempo
Ninguém vive aqui para sempre.
Aqui está plenamente vazio. Todos podem querer viver aqui para sempre. Mas Aqui não é uma morada. O Corpo do Tempo não é uma morada. Também não é um caminho. Nem um caminhante que faz caminho ao caminhar. Aqui é mais dentro e mais longe do que Aqui.
Aqui vais dentro e longe até Aqui. A linguagem não pode ir dentro. Não há verbo para dizer Aqui.
Aqui é o Corpo do Tempo
Tu chegas muito recém-nascida e imaginas a carícia, a mais delicada carícia. Aqui somente uma mínima carícia longamente pode acontecer plenamente. As mãos plenamente vazias da carícia podem ser o evento integral de Aqui. Tu acreditas na simplicidade de um tacto plenamente capaz de Aqui.
Aqui é mais dentro e mais longe do que Espaço
De repente Aqui mostra a nudez do Corpo do Tempo: é o vazio do Fogo.
Não há caminho nem verbo para tocar nem para aproximar o desenvolvimento do Fogo Aqui no Corpo do Tempo, sempre mais dentro e mais longe
Os lábios tocam nos lábios
Silêncio
Os lábios tocam nos lábios
dois a dois como se a Simetria fosse o Sinal
Os lábios tocam nos lábios Aqui terrivelmente
A saliva do espanto reflui para Silêncio
O Fogo despe totalmente o Possível
Estamos nus finalmente
desde o Princípio o maior Poder-de-Génese exclama plasma
Lábios nus ante Lábios nus
Nu feminino Aqui no Corpo do Tempo
Silêncio
Aqui é o Arco do Fogo
Plasma aberto onde tu descobres o Sinal do absurdo
uma tatuagem sobre o peito e um alfabeto Felino
capaz de significar mais dentro e mais longe Aqui
o Felino-em-Ti é a metáfora da Descoberta do Corpo
capaz de arder
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