O
profeta fala línguas de outros mundos desejáveis, na vertente do
Futuro-mais-desejável. O profeta acredita no Possível e delira inteiramente
porque crê inteiramente. O profeta ataca a cidade com uma espada primaveril,
ataca cada verbo vivo no singular.
Com
os golpes da espada primaveril, novas folhas verdes explodem no espaço. Tudo começa
agora no aço brilhante da lâmina.
Aproximo-me
do profeta para compreender a crise da Aliança. No mesmo instante, sinto a evidência
de uma ferida, um fluxo de sangue, uma abertura nova no corpo novo. Estou
ferida, a partir da evidência que vem aqui ao corpo averbar noutras línguas o Desejo
Futuro de crer e desejar e atacar os verbos carentes de outras línguas no
singular, no absoluto singular, no vazio inquieto do absoluto singular, eu.
Significar
eu é apontar para um vazio denso, vazio capaz da intensidade total dos verbos, vazio
originante de delirar e crer inteiramente na loucura de ser corpo. Eu é um
tacto essencial, uma sensibilidade corporal, uma exposição de corpos-entre-corpos
como verbos-entre-verbos, com a densidade do vazio absoluto a produzir plasma e
a queimar o Alfabeto e o texto todo dos alfabetos.
Eu não é texto. Somente energia no singular que acontece e insiste e averba
Mundos.
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