Como mulheres escravas manietadas,
as minhas viagens entre Meia-noite-Meio-dia
as minhas viagens entre Meia-noite-Meio-dia
são Alteração irreversível na nudez.
Cada
hora de viagem bate, cresce, morde,
queima, ensina, abre,
sopra… Fica tudo
escrito
no corpo, para sempre. Dizem que passam horas,
mas não passam nunca,
as
horas são forças geológicas, põem-se
e sobrepõem-se, geram paisagem
sobretudo
montanhas e abismos: a pele do espaço.
As
horas nunca passarão. Se passassem, o mundo
não seria esta hemorragia
que
não para de submergir-se a si própria.
Se as horas constroem
ou
desmoronam, obviamente ninguém sabe,
mas sabe-se que não passam.
Não
passam nem nunca passarão.
Que horas são? Que tempo faz?
A
pele nua interroga, a pele nua responde.
Está
escrito dentro.
No Sol mais fundo da Derme
(o palimpsesto cresce Biblioteca
estratos infinitos de sentidos
entre a Epiderme e o Absoluto)
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