tantas falésias na memória de Desejar-o-Princípio
horror do vácuo vertical onde o Amor é a calamidade Maior
agitando os vulcões submarinos nos olhos que beijam a hora Obscura
tantas falésias avançam abruptamente sobre o medo carnal de mergulhar
horror de ser só e de tocar no fundo de ser só
horror de quebrar as forças no fundo do mergulho
tantas falésias recordam o Colapso de Terra Firma no último instante
a bruma mais densa exalta-nos na alegria do fogo voador no centro do corpo
a bruma mais fecunda gera-nos e lança-nos e alimenta-nos com o Enigma da História
se dançamos a nudez integral salvamos as Línguas que beijam a hora Luminosa
beijam com ternura furiosa todos os animais voadores
contra a vastidão indefinida de vento vácuo
tantas falésias na voz
minha voz diagonal escorregando na rocha
a noite responde sempre às portas da Vertigem
repetindo a loucura de um Poema de carne ávida de tudo
tantas falésias desvelam a interrogação no peito
o Colapso de forças desde a infância
procurando a Palavra na areia materna de granito e sangue
viajar durante e após a libertação da noite à beira-mar
tantas falésias dão nome aos mares futuros que são ainda Desejo
no perigo de Alteração inteira
tantas falésias perguntam se temos as asas
capazes de suportar o horror do vácuo até repousar no fogo
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