"Wovon man nicht sprechen kann, darüber muss man schweigen."
(“Whereof one cannot speak, thereof one must be silent.”)
arder lento subindo olhos nos olhos
uma noite vertical de inverno
(receias arder assim?
após nomes e verbos em Silêncio?)
Não há frases nem textos capazes de tocar assim
tocar lento fervendo olhos nos olhos
uma seiva fervente espumante
(receias tocar assim?
após frases e textos em Silêncio?)
Não há códigos nem canais capazes de doer assim
doer lento murmurando olhos nos olhos
um murmúrio materno de labareda
(receias doer assim?
após códigos e canais em Silêncio?)
Nenhum sentido é capaz de mim: Silêncio por favor
Aponta Silêncio
Aponta em mim Silêncio por favor
o alvo-que-não-se-pode-dizer
Silêncio aponta onde em mim nada-pode-ser-dito
Silêncio aponta: arde toca dói
no Mistério da ferida da filha procurando a mãe
Nenhum sentido é capaz de mim: Silêncio por favor
a ferida da Filha em mim correndo sangue de mãe
correndo onde começa o caminho-sem-línguas
sem saber porquê começa o tempo-que-sangra
à hora certa do espinho da rosa em mim
Silêncio: espinho da rosa
Silêncio: espinho na minha carne
Nenhum sentido é capaz de mim: Silêncio
o ácido o açúcar do silêncio apontam para não-poder-dizer
o Silêncio aponta para a ferida onde cai a noite vertical
mostra o lugar e a hora da queda
a abertura da ferida quando cai Silêncio
coisa de carne: espinho de rosa fere a Filha em mim
coisa de carne: espinho de rosa arde toca dói
O Mistério bebe este meu sangue de pó
esta minha cinza ardente: coisa de carne que grita
este meu vermelho oculto: coisa de carne que murmura
é o Primeiro Dia do Mundo
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