Tuesday, October 15, 2024

Still flowing: First Love Song


 O que é Amor? 


(a questão regressa exclamante na Alegria da manhã 

durante a Evidência de Sol no corpo-luz)


Amor é a fonte que nasce no oceano e sobe as montanhas 


(Amor é a fonte que sobe sempre do oceano 

através de areia ou rocha ou noite humana no limite das forças vivas)

Monday, October 14, 2024

emergency exit toward the garden


there here
are now the wildest of us 
wild wilder wildest animal infinities

windows maybe calling for my climbing my crossing my jumping limbs
windows in the labyrinth on edge growing seeds of fruits 
madness of fruits the bloodiest sugar of fruits becoming madness

open windows to the tornadoes maybe calling for my uneasy bare limbs
I love the truth burning like madness like the ultimate struggle my bare limbs screaming
half-discovered half-invented truth of the garden
red flames of fruits consuming the wild garden
wildest garden becoming my wildest plasma

empty stage awaiting life and humanity


 

Monday, October 7, 2024

Dizer-me e Contradizer-me na Canção de Amor

 


eu sou o círculo-quadrado que se diz e se contradiz no esforço de existir desde a Primeira Noite, desde a infância do primeiro espanto à superfície da minha face, no espelho e na voz ainda sem palavra, em obscuridade ou penumbra, quando a Criação ainda não imaginava a possibilidade de estrelas... 
o meu círculo-quadrado move-se com a energia explosiva de um incerto tormento amoroso, um vento de tempestade amorosa no sangue, uma ignorância da paz original: o regresso ao Primeiro Motor Imóvel onde o Infinito repousa ofegante... 

Um êxtase-horror pode definir este vento interior que quer dizer e contradizer a carne mortal de amar neste mundo sempre no fim? 
Cada poema é um círculo-quadrado que dá tudo gratuitamente, boca-a-boca, gramática de toda a língua possível: palavra pré-natal e palavra póstuma

eu sou o círculo-quadrado que, pela sua loucura própria, não pode ser pensado nem gerado nem nutrido. 

Sou nas veias do círculo-quadrado: processo de Desejar a primeira Canção de Amor, necessária e impossível, como o Princípio Absoluto que promete chegar gratuitamente

Sou a navegação lenta nas veias do círculo-quadrado: processo de uma vertigem dentro de Desejar: processo de lamentar a Canção de Amor nos vértices do círculo-quadrado, tanto ruído e tanto silêncio e tanta música na guerra dos textos quentes, ilegíveis, de carne e sangue e de vento de tempestade 

a Canção que sabe principiar e que sabe perdurar e que sabe não-concluir (através uma solidão noturna) respirando dentro de água, depois rocha, depois fogo e a esperança atormentada de fome dentro dos enigmas... 

tudo sensível, tudo capaz de sangrar a qualquer instante, sob qualquer afeto, gratuitamente


PS: a noite é a travessia da sombra, não a destruição do Sol... para desatar os nós do peito, trocamos as mãos e as suas frases de silêncio começam, descomeçam, recomeçam a carícia mais íntima que projeta o corpo para outra síntese onde os enigmas sensíveis brilham como se abruptamente: um relâmpago de açúcar queimasse a língua, demoradamente, entre a meia-noite e a aurora 

PPS: a noite é a passagem deslumbrada pela sombra do mundo e os viajantes da noite produzem e experimentam outros sistemas singulares de iluminação, auto-invenção de luz e sombra com os corpos vivos ... por isso, a juventude gosta de atravessar a noite em movimento sem direção, como dançar contra a sabedoria do sono... 

Friday, October 4, 2024

Loving foreigners and strangers


 much traveling in the body or in mind made me at home everywhere, loving foreigners and strangers more than I love myself



(in my adolescence, I was one of those who traveled all the time and immediately became homeless and a stranger everywhere, first and foremost in their birthplace)

On Desire-Fulfillment Theories


 From the garden balcony, contemplate the bare torso of all possible desires... this is the city appearing as your secrets, exposed and shared to excite the inner necessity of certain motions, or meanings, still not daring enough... still (and again) not fully understood by your ignorant muscles... 

Thursday, October 3, 2024

Nocturnal waters and ultimate goods: atmosphere of human flesh


 I had a plan full of intelligence and geometry and tropical passions to build a city around Desire, laser rays of Desire, misty light of Desire. The wind is capable of breathing better, much better than most hearts. We blindly obey the wind, as if we were just this moment, wholly this single moment of architecture of human flesh in the air, while lips touching, flames touching, pursuing the Ultimacy of imagining truth, right here right now, half mad half wise, half blank half written...  

This poem awaits for nudity to inhabit the Springs of nocturnal waters and ultimate goods. 
Physically 
anatomically 
absurdly
grammatically 
it's midnight within my rainbows and yours, or my breasts and yours, sharing the same flesh, hand in hand, twelve o'clock, midnight full of rainbows, as if we were like gods, or children of gods, beyond divinity, nameless powers of Sacred Silences.
The wind is founding new temples, carving new memories, boiling new anxieties of wandering and meeting the cross where multiple is new One. 
We are this nocturnal atmosphere, perspiring fresh fruits, rainbow and vapor and human flesh    

Tuesday, October 1, 2024

Menina Girassol - the melody of the sunflower girl

 


durante a noite  persigo a lua para conquistar a liberdade 
a obscura liberdade que corre 
sobre mim como chuva 
e dentro de mim como ritmo  

durante a noite quase sempre há instantes em que não sei se sinto algo ou nada ou indefinido 
ou se me altero completamente em processo de não sentir 
não poder sentir nem saber nada da Arte dos Caminhos

não sei não sinto como principia e termina a minha flor 
cada dia perseguindo lua e sol
enquanto caem algumas das minhas pétalas mais ardentes
no chão de outro mundo

se pudesse imaginar a Claridade 
a melodia da claridade soprando sobre mim como chuva
e dentro de mim como ritmo abstrato de Íris no raio de Eros  


PS: havia muitas planícies com rios calmos na sua vida, mas a menina decidiu outra audácia: amar as montanhas vibrantes recém-nascidas que chamam... Enquanto descobria a inclinação do mundo, inventava caminhos e semeava tudo o que respirava na sua verdade corporal, subindo os cones vulcânicos até à linha das crateras abertas onde o vermelho do magma compreende o vermelho do sangue mais jovem e o vermelho do sol mais transformante... Aí nasceu a menina girassol: