Friday, July 29, 2016

Nascente



Uma menina chora de angústia por não compreender a nascente de onde vem o rio onde tudo se banha duas vezes: no dia do erro e no dia do perdão. No intervalo, escorre o desejo e a angústia por não compreender o fluxo, a fluxão do fluxo, e a fissura da fluxão do fluxo. Sensação de confinamento, um cerco de fogo que aperta o círculo da floresta. Algo pode acontecer. Algo pode dar-se. Algo pode vir, infinitamente fora da Ideia de caminho e dos vetores peregrinos e da compreensão do espaço-corpo onde tudo comunica com tudo, a integralidade da força.

Ignoramos o coração de algo ou desejo maior do que ser. Algo acontece, algo dá-se, algo vem, no meio do Salmo, onde se chora e se ri e se transborda de areia.


O mensageiro regressa da tempestade de areia e fala um texto de zero línguas vivas. Começamos a traduzir zero para infinito e tocamos no Fim dos pés do mensageiro, onde se desfaz a mensagem, entre a carne e a pedra, infinitamente fora da Ideia de Caminho e de Vetor e de Palavra que chama no deserto para uma terra Onde.
Ignoramos o pó do mensageiro que se banha duas vezes no intervalo do desejo e na fissura da angústia: no meio do texto do Salmo, Onde Deus sopra fogo contra o fogo, no dia de errar e no dia de perdoar.
Ignoramos subir a montanha, fora da Ideia de Caminho. Subir a montanha Onde sobe outra montanha dentro da fissura da angústia. A sombra vertical acontece ao meio-dia, debaixo dos pés do mensageiro que persegue os animais que sopram fogo.


Meditamos a pele desfeita, no meio do Salmo. Todo o texto toca em zero, entre a carne e pedra. Procura ainda a boca, nos confins, nas montanhas de zero línguas vivas. Amo-te, mais inteiro do que Nada. Sinto-me Toda Onde uma menina chove através do Alfabeto sobre a estória do Salmo e da Matéria: pedra, papiro, pergaminho, carne… talvez uma serpente, um silêncio de serpente, um medo de silêncio de serpente…

Uma menina poeta procura ainda a boca, infinitamente fora da Ideia de Caminho. Escreve alto mar. Amo-te aqui, à porta do Alfabeto lunar. Uma lua acontece, dá-se, vem, em alto mar. Aprendo a sangrar melhor do que os guerreiros do combate dos infinitos. Sopramos fogo contra fogo. Amo-te, na boca, na boca do texto que acontece, entre a pedra e carne. 

Nascente



Uma menina chora de angústia por não compreender a nascente de onde vem o rio onde tudo se banha duas vezes: no dia do erro e no dia do perdão. No intervalo, escorre o desejo e a angústia por não compreender o fluxo, a fluxão do fluxo, e a fissura da fluxão do fluxo. Sensação de confinamento, um cerco de fogo que aperta o círculo da floresta. Algo pode acontecer. Algo pode dar-se. Algo pode vir, infinitamente fora da Ideia de caminho e dos vetores peregrinos e da compreensão do espaço-corpo onde tudo comunica com tudo, a integralidade da força.

Ignoramos o coração de algo ou desejo maior do que ser. Algo acontece, algo dá-se, algo vem, no meio do Salmo, onde se chora e se ri e se transborda de areia.


O mensageiro regressa da tempestade de areia e fala um texto de zero línguas vivas. Começamos a traduzir zero para infinito e tocamos no Fim dos pés do mensageiro, onde se desfaz a mensagem, entre a carne e a pedra, infinitamente fora da Ideia de Caminho e de Vetor e de Palavra que chama no deserto para uma terra Onde.
Ignoramos o pó do mensageiro que se banha duas vezes no intervalo do desejo e na fissura da angústia: no meio do texto do Salmo, Onde Deus sopra fogo contra o fogo, no dia de errar e no dia de perdoar.
Ignoramos subir a montanha, fora da Ideia de Caminho. Subir a montanha Onde sobe outra montanha dentro da fissura da angústia. A sombra vertical acontece ao meio-dia, debaixo dos pés do mensageiro que persegue os animais que sopram fogo.


Meditamos a pele desfeita, no meio do Salmo. Todo o texto toca em zero, entre a carne e pedra. Procura ainda a boca, nos confins, nas montanhas de zero línguas vivas. Amo-te, mais inteiro do que Nada. Sinto-me Toda Onde uma menina chove através do Alfabeto sobre a estória do Salmo e da Matéria: pedra, papiro, pergaminho, carne… talvez uma serpente, um silêncio de serpente, um medo de silêncio de serpente…

Uma menina poeta procura ainda a boca, infinitamente fora da Ideia de Caminho. Escreve alto mar. Amo-te aqui, à porta do Alfabeto lunar. Uma lua acontece, dá-se, vem, em alto mar. Aprendo a sangrar melhor do que os guerreiros do combate dos infinitos. Sopramos fogo contra fogo. Amo-te, na boca, na boca do texto que acontece, entre a pedra e carne. 

Eros salvará Psyche


Quebramos pedras, depois de quebrar o coração. 

Acontece, pela mesma espada da fratura e da aliança. 

Depois, semeamos na neve uma margarida futura, uma memória de guerra anterior a nós, um amor louco à espera da Hora. O vulcão nasceu dentro da montanha da alma, desde o princípio. 
Agora. Sempre. Sopra neve até ao deserto. Deus arrefece infinitamente na idade do gelo, na montanha do mistério, o meu mistério de carne carnívora.

Derretemos o ferro da espada na carne das mãos, dos lábios, dos olhos. Começamos as órbitas e o seu grito ou canto ou somente elipse, entre dois sóis ou dois seios, para beijar, absolutamente beijar e absolutamente beber para que sejamos um tudo de nada.
Mais. Ebulição.

Uma mulher dentro de Deus duvida do Possível, essa força, esse desejo de nascer, entre o útero e a espuma de nada, um tudo de nada que sangra, segundo as luas, sobre a terra.


Mais. Ebulição para beijar e beber. corpo-a-corpo.
Acontece-me ser órbitas que sangram em ebulição para o Possível, ser mãe. 

Friday, July 1, 2016

Em fim

Amar finitamente o Infinito
ou
Amar infinitamente o Finito

é um rio Contrário e Idêntico