Friday, December 24, 2010

absoluto indefinido


estou a ver-me a ir ao mar. nitidamente. no coração do inverno.
estou sozinho. as minhas rochas interiores bramem como tigres, uivam como certos silêncios.

as aves soltam espuma de dentro do sol. estou sozinho. no vértice da espera. uma fenda de alto abaixo. no segredo. Dirás sim e não. muitas vezes. sem contradição. acontecerão lagos e ondas na tua arquitectura quase voadora.

Receio as linhas rectas. as suas detonações contra as portas em mim. gota a gota. soma-se a minha sede à tua sede. pergunto-me sozinho. se chegarás. a tarde toca na impossibilidade de beber o sol. o futuro é um incêndio longínquo que me arde nas extremidades. a vida dança-me e bate-me nos olhos. estarei sozinho. se vier a tua chegada. nascerei quando desejares que o meu corpo respire. castelos no ar. hesitaremos entre o mar e a floresta em busca do êxtase. nasceremos em chamas.
estou sozinho.

Não. Sim. incertamente virás. os lobos das fábulas crescem entre sim e não. talvez. sofrem muito. desarmados de carícias entre as árvores.

queria desenvolver-me em paisagem onde a espera fosse o ritmo dos animais apaixonados. a loucura traz um anjo que entra na substância das coisas. nossa música. haverá. se me esquecer de quem sou. a memória da música no corpo incandescente até ao fim ou origem.

pedes-me a língua. dou-te a fonte inteira. sem angústia. esperarei.
chegou o mar. chegará a tua boca.
hesito se a nudez será a Hora.

para lá das forças (construtivas e destrutivas) da esperança.

Wednesday, December 22, 2010

aproximação


no esforço da aproximação, o corpo sente a distância com íntima exactidão.
todos os músculos estremecem diante da expansão do Vazio. as mãos compreendem a alteração do espaço numa vertigem de passagens e do tempo numa aceleração inclinada para a superfície dos sentidos completos...

a verdade passional é (e não é) uma hipótese de Oceano entre os lábios... melancolia com chocolate pode (e não pode) salvar uma Vida

Herself as Path and Abyss


this explosion was herself without compromise. true. she had something new, forcing less and less, blowing the doors wide open... yet she was not fully aware of all butterflies, questions of belief and unbelief, very hot and red... she had no fixed definition for pain nor vertigo nor womb quakes... though she had it all. too much.

silence was easier to drink than rain. but desert grounded the deployment of oscillations. striving for the contrary sun. the inner beginning of heat waves against the rocks of nothing.

could the dynamic of the only language come to the surface? burning slowly and acutely

Tuesday, December 7, 2010

a gramática sagitária dos rios


Os Amantes aproximam-se dos rios para estudarem as gramáticas das suas vidas fluidas... estudam as torrentes de inverno, os meandros das margens, as fontes dos afluentes, a arquitectura das pontes, as ânsias dos remadores, os estuários das aves, as artes do transbordo, as rotas dos cardumes, as emoções da foz... ficam, assim, mais íntimos do seu Mistério Indomável das contra-correntes...

Dos Amantes da Intensidade e da Plenitude escrevem-se epopeias com grandes navegações de corpo inteiro... A sua Escrita convoca todas as armas em chamas e a nudez divina da Alegria...

Os arcos estão tensos, as setas apontadas, os músculos prontos: o chão levanta-se vertical diante de deuses ofegantes, aflitos. A espiga, a concha, a floresta, a pedra... entram no combate contra os monstros inimigos de Eros e de Kosmos...

Um oráculo disse Desejo. Outro Nada. A polpa do fruto arde lentamente como a espada elástica da Noite. A ordem do ritmo aprofunda o abismo e o espelho dos segredos.
O movimento inclina as colunas da terra e do céu face à luz do Nu. Desabam todos os impérios de abandono com o silêncio das águas... Vem o sol - meia-noite meio-dia - pelas curvas proféticas das melodias inacabadas... É manhã ou será. A textura da pele cobre a hora de claridade.

...

os dois pés na instabilidade do instante
as duas mãos na verdade da respiração
os dois olhos no ângulo da ausência

simetria quebrada em rostos de mulher com fumo recôndito e peito exposto
a túnica esconde a queda das harpas e dos frutos, esconde o corpo de jovem palmeira

desde as origens até aos confins a fúria da nudez continua de ilha em ilha à flor do inteiro

Friday, December 3, 2010

corpo sobre pedra


A verdade é simples, mas complica-nos. Também a possibilidade do amor.
A verdade é inteira, mas fragmenta-nos. Também a possibilidade da morte.

Também a água é tão fácil de fluir e banhar, mas a sede mata. E a inundação afoga, mesmo na imaginária página desnuda de um corpo sobre o vento ou a melodia de outro corpo.

Se o que digo coincide obscuramente com o que calo, nunca saberei tocar o fogo sem o ardor lavrar a minha areia azul, com linhas de peito e de chão, para longe, para além de todas as sementes ou sílabas ou remoinhos latentes.

A raiz roda em torno do segredo: treme a noite e seus lentos lábios. Haverá sempre uma ferida que cintila e explode como um cavalo maduro, desdobrando suas luas torrenciais.

Uma carícia pode salvar do abismo. Uma carícia pode oferecer a concha onde murmura o mar. As asas do mar nascente, nos confins do desejo de voar, seriam frágeis línguas de fogo, abrindo as pétalas do silêncio, com sua saliva de beijo, onde germina um certo Apocalipse.

Os pássaros do desejo conhecem a frescura infinita da angústia. Aí cantam, como anjos que nascem e explodem com ternura e suor. Mistério da paixão: todos os músculos ardem. Também as pedras - as montanhas inteiras - vêm do magma e voltam ao magma. Não há vida nua, nem Princípio nem Respiração, fora do fogo. Quanto mais denso, mais verdadeiro.

Tuesday, November 30, 2010

o bom sonhador


o bom sonhador não acorda nunca

sonha de sol a sol e de lua a lua com mãos de fogo de amanhã

sonha todo o rio do futuro nos declives e nos seios dos frutos

na derme mais funda há microssensores para a desintegração de Nada na Corrente dos símbolos que confundem o desejo com a rocha e a sombra móvel da rocha. Os nomes dos mares também têm seus pássaros e cavalos e a geografia dos círculos abertos.

Tocar-Te será Outro Desejo: uma floresta de clamores com suas rotações entre a mão e a língua. Inversões de ar oblíquo contra Nada. A obscura árvore cai sobre o corpo inicial. Os relâmpagos deveriam subir, de ferida em ferida, até aos astros de onde vem o Inteiro.

Tuesday, November 23, 2010

indo

o dia é possível - em que o sol atravessa a pele até ao sublime

aridez




Havia um deus que lançava flechas em silêncio contra a rocha crucial do vazio.
Outro deus esvaziava rochas de declives e de sulcos, propagando o corpo livre das ondas.
Chegou a deusa das águas e abriu a negação das pedras no pleno nu deste desenlace de cavalos ou touros ou Forças. Acima de todas as ruínas e cinzas. Definitivamente. Explicando os olhos que não morrem, senão de clímax e de verde abismo no verde ventre exacto da Hora dos lábios.

Caminho na densidade de um segredo que refaz a ferida no coração das evidências. O desejo das mãos ardentes. Sou ainda o olvido de mil meandros de clamores, entre o fruto e as estrelas. Acima da Rosa e da Flor. Seus poros e âncoras e arpões... tudo respira ofegante na poeira de Nunca.

Beberei contigo o sol e o seio. Oscilam os possíveis entre os ramos incertos. Quero. Absolutamente. Água de dentro de frutos. Amanhã. O barco será a língua na página enrolada de fogo e espuma. As vogais do nome vão até ao mar. Escrevo para ninguém, por nenhum ouro, senão morro com obscuras chamas nos flancos.

O deus da origem fala em gestos e em voos. Acima de extintos bosques de desejos e outras violências de guitarras espumantes. Creio no verão: seu hálito de excesso, com o sexo oceânico do futuro.

Monday, November 15, 2010

animais errantes



floresta de animais errantes talvez uma carta de Amor

os símbolos correm por todos os sentidos

cada dia de sol ou célula de sangue
persegue o Princípio-que-vem

a vibração do Zero-e-Tudo
com infinitos animais errantes

bons sonhadores que não acordam nunca
no mesmo universo onde dormem

Thursday, November 11, 2010

canções do Declínio


as canções do Declínio cobrem o corpo ofegante dos Amantes de Sophia

canções descontínuas como a chuva dos verbos sobre a pele ferida ardem

o sentido bebe a boca que não encontra a Origem daquele caminho de luas

tem infinitas mulheres a dispersão do Sentido pelo Frio mais-que-possível


sete canções de declínio sete bocas de sete mulheres em sete vidas
o ofegante tende para o Limite Superior do Sentido
ardem as atmosferas

um deus canta



um deus canta e adormece com as ruínas dos mitos a cegar o sol

Tuesday, November 9, 2010

le feu presque



une pierre cherche son histoire. en surface, les symboles. en profondeur, les fissures.

les oiseaux regardent les mutations. et dansent le noir contre le noir. vides et pleins de la nage ultime des noms épuisés...

femme



la femme s'interroge sur le possible. dessine un nid sur l'orbite de l'infini. avec ou sans tendresse. c'est selon la pesanteur des mains contre les ombres secrètes de peut-être. peut-être pas. outre le corps, l'échelle, la porte, un battement d'ailes, tout au lieu de rien - ou peu de chose. ouvrir ou fermer les yeux selon le fil du marbre. son fleuve qui longe le centre et les bras des animaux affligés. à l'excès. l'évidence de naître et de mourir sous les ponts où. peut-être pas. les amants occultent l'infini. l'orbite qui déchiffre la page la plus dense de sang. c'est pourquoi les confins crient. les poitrines doublement imaginaires et proches. je ne vois pas d'autre chemin entre l'éternel et le néant. une voix saurait porter les anges nécessaires pour que ces lignes partent en automne vers l'autre rive de l'amour. la nourriture hors Absolu. notre bouche de décembre ou de mai. de lune en lune. l'énigme de dire et briser le langage contre le marble. une femme au-delà des ruines. donne encore. l'excès du frisson de l'envers, du premier. c'est l'histoire qui s'écoule éparse, pulsion de récit, même sans lèvres capables de souffler la bonne catastrophe du poème interrompu par un incendie autour d'Ici. elle sait comme allumer le feu à l'endroit propice. au tréfonds de la flamme: une peau vient du marbre jusqu'Ici pour laisser le Lieu-Poésie. le mieux de la peau est de brûler l'ineffable des semences

Monday, November 8, 2010

song as raw as motion

Fictional Light



the atainment of the wine of truth is a spectacle that gods would restrict to themselves. no longer. the universe moves with my minute vessels. toward my most robust dreams of energy. Aboriginal. Absolute.

the dilemma of night and day must be incarnated in every wall against which my flesh brings the new cycle of sun. often cruel. always radical. longing for wombs and lips and elementary forces.

no ground on the whole aimed at Down. no law of physics. no Ariadne's thread but your stones on which my stones shall rest in war.

the walls demand our best muscles in order no to break in darkness as plural as my souls and their exceptions and many bodies and uncountable fibres. of mine. of yours. wholly yours from scratch. descended from the future. sparrows shall not fall. Nor Die. write it down on the chest of the Fiction

Gratidão Incondicional



Também as mãos se destinam ao barro como deus se destina à noite. A vocação é a obra anti-absurda - com gratidão incondicional pelo-que-é, pelo-que-pode-ser... pelo-vai-e-vem entre alfa e omega, intensamente laborioso e inteiro como as melhores ondas de outono.
Ignoro toda a arte da navegação. Não compreendo como acontecem oceanos e travessias. Nem como acontece o desejo de embarcar. Já perdi vários portos, transmutou-se a matéria do porto essencial. Lembro-me que estava no coração da biblioteca quando o meu irmão me falou da queda com palavras quebradas. Todos os pinheiros que havia no centro dos livros daquele dia rasgaram conexões alfabéticas nos meus melhores músculos. A esfinge mordeu no livro sagrado.

Há muitas metáforas para a vida; todas elas são verdadeiras se tiverem uma raiz de chamas inconsumíveis...
Hoje a minha imaginação é marítima. Lança-me espuma tão funda pelas veias do meu abismo finito que se dissolve a quase-loucura em quase-nada. Persiste um barro abstracto na palma da mão impaciente pela recriação das formas possíveis... a intimidade da génese... infinito no finito... confusamente grato por-tudo-em-nada...

Tuesday, November 2, 2010

Midnight

The earliest poem says midnight

from line to line facing the silenced spasms crushing images breathing
off times and times

I stress midnight poems
the tensions that ensure some Art
within hunger green and furious
midnight muscle tissues

also written are expansions of utopian rhythms
almost midnight partakes this crowd off
contraries

Thursday, October 28, 2010

chairoc

the body in pieces



the temple is the body torn between very many sides of unbounded skin. we should be gods. know the hours of Why and Too Much. ours.
the shade of a body in pieces.

Tuesday, October 26, 2010

meditation on petals



sing and sing on... struck by no more despair between birds in me and other steps that ache and stray...
petals throw birds in me till the possibility of a song to void myself off this island called silence... interbeings


I wish I could believe the burnt and torn tissue of my skin... would veil and weave and kiss the those primal wounds larger than my flesh of ours...

Monday, October 25, 2010

mulher



Subitamente o vazio da cadeira atravessou a mulher que esperava outro universo onde pudesse sentar-se um instante e partir... com ninguém... muito quente nas margens...
um luar de sempre batia como passos pelo mistério rochoso de um amor que desenhava montanhas... cada manhã é outro lugar para os lábios que plantam árvores que cairão no mesmo dia... pergunto-me: Onde cairei? em que rio ou rosa ou laço? com que corpo, se o meu já não é inteiro?
com corpo nenhum. cairei melhor. apenas um vento que vou escrever no tecido de um órgão vital

Artérias do Tronco



imagino o teu corpo como um luar ao meio-dia

fervem de nada as extremidades as palmas das mãos e dos pés

concentro-me na fábula do teu tronco a nudez ascendente medito-me longe
agito-me de nada e coloco o vácuo na intensidade exacta do mistério
desobedeço ao contraditório e faço pão do meu pó de imaginar-te
sem atmosfera

adormeço com a ideia de abismo de infinito de músculo antes do excesso de nada ou desintegração em minério e seus ciclos sublunares entre a queda e o voo cortante

o sonho traz as fibras e as redes que fazem e desfazem a imaginação de um corpo inteiro o interminável
teu tronco o iluminado de artérias centrais como sistemas solares em sonhos comigo

um luar de meio-dia uma chave de luz e sombra um princípio parado de perfume do melhor silêncio que abre o universo para a porta de algo de talvez uma história
página sim página não entre escrever e perder a fala ou a boca ou os membros que comunicam

caí de descer sem beijo até às margens da água da tarde arrefecendo os meus dedos numa outra chuva que virá donde vem a vida com seus animais ávidos de compreender o princípio

a memória é um símbolo de desejos carentes de sol

as artérias do tronco seriam navegáveis se tivessem um cais

nos meus mapas de ti também encontro a linha do mito que ensina a linguagem do incêndio

na infância futura saberá a minha pele hesitante levantar o segredo das horas e dos símbolos

começa a vida a devorar seus mistérios seus troncos femininos universais

aprenderei a desejar o vácuo onde só os sonhos são sempre maiores que o sonhador

a minha circunferência tem uma serpente invisível a desenhar o seu desenhador
que aprende a rir nos trópicos de nada nas florestas livres que correm nas artérias

no princípio será sempre o inatingível

Sunday, October 17, 2010

Le centre du corps n'est pas une Page

when we climb an Imaginary Nude
desire redeems our mutism where
metaphors may fill central veins

the Mistery of the broken Nude

Despair is a common dream with and without ecstasy
I have no solution before the pines
The Moon lacks blind passion

Sunshine from poem to poem

the climate of My Self remains cloudy and uncertain
I do not confess

Unbounded sea and madness

O pines
in front of my breasts you should touch my paradox and explode

Can I hold your Infinite Metaphors?

You read my icy mountains
sans merci

The invention of the Burning Body

A scream is more accurate than many bones

Le Livre n'est pas mon Corps

The truth of flesh is a very painful Summer

Thursday, August 19, 2010

Isto


Sinto Isto. E perco o carácter escrito de mim. Nunca um gesto basta por mim. Por vezes desejo sofrer apenas para aquecer. O sofrimento ataca o infinito e a linguagem. Beber-te quando afundas as extremidades na terra. Não temo sentir as margens. Sei a fundura que desejas: eis o teu corpo e a minha página

De mulher


Creio nas portas e nas janelas e nas escadas e em toda a inteligência do espaço. O pormenor. O concreto. O cuidado. O afago. Tudo o que o Mistério deseja, mais eu desejo. Os ritos das sensações: creio tudo próprio de mulher.
Inteligência das janelas absolutas sobre histórias de janelas. Tudo de mulher.
Casas com mulheres a nascer a crescer a gerar a fala. Creio tudo de mulher: imagino a fala que abre a absoluta inteligência das janelas sobre as janelas. Imagino a descida ao corpo as histórias de descidas com impulsos de falas e brumas. Tudo de mulher

Não encontro dificuldade em definir-me através de qualquer ausência. sou de mulher. uma espécie de história da inversão do absoluto que vai da janela para a janela pela janela. A história debruça-se como as mulheres da casa sobre a vaga bruma dos impulsos. Fazer nascer o espaço. Sou de mulher como aquela pressa de pôr os olhos os olhos os olhos na tua sensação de descida. Como um símbolo hesitante para nascer, crescer, gerar. A janela absoluta que substitui a porta as escadas a casa. enfim permuta a subida e a descida com a matéria das forças. A diagonal submetida à parábola até à pele mais frágil: amanhã que não passa, mais eu desejo.

Intensities


The city rises. The sun rises. Only the Summer is the supreme reality.

There's no way out from the fire whenever the first birds the very first birds fall from those horses of sun
I wish I could name it my ocean
my intimate ocean and make it obey me as I do with my arms broken or not by the climbing effort to touch the center of your motion
I wish the sun could be like some parts of our bodies with positive fever and inner sense
Take the sun as an arm of mine and of yours and waists of ours supremely windy and much more in love than all future animals. The bodies of ours should be raising the sun without this matter this massive waves of

you can and cannot tell the truth when the skin burns over certain stones

every instant is a different city and summer going on too high already tomorrom I knew in advance you were of the day I was of the night and the realm of flying horses was our veins veins flowing unforgettable sailing unforgettable off the green
veins of ours and horses like positive fever too entangled before the silence could be otherwise. I mean Reality: the Summer otherwise and those horses like those emotions both together open the circles of stones and slopes too naked to resist the sun the unity of its face calling that classical madness upon us blessing like a green god singing the possibility of a city or a garden otherwise in every apartment and pound of human flesh
I can and cannot read your letters your hands your hanwriting I admire my bounds of sense
and the sun was the reality the easiest voice crying for mummy and those breasts otherwise than hunger and thirst
Too much is not enough for my dying for. It's time of waters and cycles. I wish I could be the mouth where a wound of sun begins and blows three times everytime I wish.

you can and cannot refuse these roses. too red and not enough for dying for. instantly.

rotations of nothing. summer in the city. too sunny and not yet the intensities capable of that lightening with which against which your body was the youngest volcanoes.

I wish I could love the city: your Summer raising the suns of your springs.
The place of the body is the horse the very horse

Wednesday, August 4, 2010

Da fragilidade de Acme


Os duelos de amor conduzem os animais ao deserto trazem pérolas de chuva do reino onde a Rainha faz não chover
Os duelos de amor cercam nas ilhas vulcânicas o princípio circular de todo o século de grandes órbitas pré-matinais
Os ofegantes duelos de amor têm a respiração frágil de Acme, sempre próximo da catástrofe e do fruto
Os duelos de amor preparam o sol mas dependem dessa linha de ar sempre quase a quebrar-se contra o chão as pedras da nudez cegante das Mulheres ou dos Profetas
o ritmo por-onde-o-símbolo lança fogo contra fogo cinza contra cinza
O tacto gera o tempo com a frágil linha de ar de Acme, a proximidade da catástrofe e do fruto. A boca nasce. em ruínas. sob as areias de um certo silêncio ilegível.
A boca põe o espaço. Nesse vértice do ritmo. Desenterrando flores dos frutos da fome dos duelos do amor de Acme, o íntimo dos cimos que quebram o princípio, antes da chuva e da sílaba e do meio-lábio ou meia-noite em que apenas o pressentimento quebra o tempo e o abandono.

Repetition> void and heat transfer


The void says: or rather whispers: zero one zero one one one zeero zeero

Cries muted: Let's go straight ahead
The void climbs the flammes fall and expand
This is the birth of space around one of the centers of mine

Dances like Eros: Z-Eros Z-Eros ones Z-Eeros Z-Eeeros ones ones ones ones Z-Eeeeros

The flammes climb the void falls and expands through the void: one zero zero zero zero one zero

The flammes devoid of zero one expand the birth around one zero of birds
Straight ahead

(Given infinity the most unlikely combinations permutations confusions deflagrations must repeat themselves
it happens often daily before my death in libraries and kisses where I was one one one zeros eros rising G-)

The void in flammes falls
keeps falling from one zero off zeros eros rising G-
till those birds agree to sing eros of ones climbing G-
before my dawn

Libraries and kisses combine the flammes devoid of G-
It happens often nightly before the wells where when why
one zero off zeros off my origins one off
speaks of heat and expansion of touch

PS: I refuse this world. There. Here. Refuse understanding this, that. Unless. Given infinity. A better rhythm of Z-Eros Z-Ones Coming. Burning my wings into yours. In full flight.

PPS: Light speed. Heat transfer of our best liquids through that kiss: zero zone one one one zero. Where birds agree. in void in flammes. off coast our tongues. the gift. giving infinity.

PPPS: it happens daily nightly when the Poem cries before Poetry the absence of flammes climbing expanding the birth of my idea of your skin... one one one zero zeero zeeero one zero one zero one zero one zero one one one zero zero zero -o-

Monday, August 2, 2010

Life as Art


I am co-erecting a new love poem upon an anti-war grammar to solve an ancient anguish
that still pollutes our most exquisite metaphysical beaches

Someone will come here to obey her own necessity. This is written on the barest layers of skin. No skin is superfluous. Listen to your best voices on poetry and trauma. Look at me from above those stairs and explain me the ways in which the growth of forms explode. We happen and happen so extremely... We happen within those metaphors that launch sunflowers from scratch. Extremely you write or not. And you read no longer as though from a detached infinity. As if you believed nothing could change.
And yet your name fuses with a certain tone of voice and a dry page... all over the skin. The complex skin of your sex, for instance: it re-asserts a drastically intense stress on beginnings... Lack of skin conveys a lack of reality, no more, no less.
I revolve around cruel possibilities.

Nothing rests on
potential selves looking for
the terrible sense of a multiple Nude

Moons are called to the poem
My calling and yielding and crawling are many hours of aspiration
My lips ceased to possess the flutes

Time carries more than the extension of Self-Shock
such as a drawing-room and inner arrows of poets against the muted waves of a Nude

The same imagery develops as within the tragedy but closer to the bottom of fire
which is still to come and belongs to the war-poem and to every torse where you encroach your mouch and broken limbs

how pretty a war-poem is in the choice of timed words and legendary onomatopeias

it abandons the quiet post-war tenderness
on questioning why fire is the master
my bare feet shall bleed great contrasts of light

too late a whole night full of letters and lips
the tragic tension is read and written by a self-returning passion

Vapours within the reversal of catastrophes
as crude as the kernel of a kiss on the mouth of a leaping panther

this symbol falls and suffers from stormy bodies
no limit is set to the tragic tension of intoxicated sunshine and landscapes
such as the green fishes on your eyes speaking of a drinkable scream
this symbol opens the exuberant nonsense of a concrete Nude

can I write of infinity as a post-war effect on a potential womb
bodies pass and sign and so tender pass and sign the breast

how pretty the growing estrangement between desire and desire is
Scream... tenderly the same questions... before and after the texts

I love the hiatuses in advanced body-to-body fighting as a last resort for entering these three sides of angst where when why so much tremble for ever in alphabets of paradox and intimacy

this hungering language should have been the bomb or the gesture on the breast
my gesture returning to the last verse where the word breast touches the dilemma
and suddenly the texts put the same abyss before the pines in front of the sea where when why

the rhythm of the branches of your desire will mix our sands

I am more mad than most oceans and I understand your green fishes in myself

let me turn into a flash of beginnings

Thursday, July 29, 2010

On Fugue States


One possibility will become Necessity
Self-Necessity
which possibilitates other becomings

This is how an Opening blows a Fugue State
and changes my geography

Wednesday, July 28, 2010

Mais mais aves


As aves mais bebem mais mais aqui o excessivo desejo de Desejo

Há sinais tácteis Onde Quando a pele nunca esquece

As aves chegaram para nidificar. Absolutamente.
À flor e no fundo da pele de muitos estratos como textos sempre novos sobre outros textos sempre novos de tantas aves a beber a chegar à pele que nunca esquece Onde Quando.

A memória repete repete sinais tácteis intocáveis. Plenamente intocáveis.

A origem regressa, por fim. Regressa ao corpo como uma certeza que se tinha perdido entre o Outono e o Inverno nas minhas veias mais marítimas
Regressa, por fim, a origem ao corpo Onde Quando as borboletas agridoces - que dançam e mordem - se apagam por dentro do fim da queda das pétalas da rosa mais aves mais sinais de Oriente.

O regresso é uma rotação inexacta como a ideia de infinito que me pensa sem linguagem
é uma elipse entre o vazio que desce e a chama que sobe
A origem toca na língua como sal muito nu. Absolutamente nu.
Mais do que aves à flor e no fundo da tua pele Onde.

O sal da origem é a nudez que me altera o sabor de ser eu o futuro
uns olhos soltos de uma história que bebe bebe todo o eu potável
bebe o desejo de Desejo com a sua gramática de animais selvagens
possibilidade de uma história, por fim, abrindo o centro

Mais Aves


As aves bebem aqui o meu desejo e o inteiro Desejo de ninguém

Bebem e deixam algumas gotas como fermento
para o crescimento de outras árvores que vêm de Oriente
do grande Verão de Amar-Te

(Digamos assim abstractamente que os olhos são agridoces como as fibras essenciais do meu êxtase descontínuo: êxtase - hiato - êxtase --- mar - terra - mar --- corpo - vazio - corpo)

(Digamos o enigma que faz diferir os sentidos: Quantas palavras dizes sem respirar? Quantas palavras ligas de uma só boca? Quantas palavras vêm sem cortar uma veia? Responde vagamente: poucas.)

Eu procuro ainda a palavra de fogo
a palavra da metamorfose, a palavra capaz de atravessar as formas
transmutação do ar em cristal, do cristal em lava, da lava em vapor

As aves bebem mais aves bebem aqui o Desejo. Absolutamente.

Pois o tempo vem todo do futuro. E toda a vinda é um vértice no corpo.

As aves vêm à tona da tua pele antes da linguagem amanhecer
aqui as aves encontram-me nas horas dos vértices no corpo de cantar
a ideia de infinito pensa-me sem linguagem agridoce
também o sol sem linguagem queima a borboleta
uma borboleta que dança e morde

Há sinais tácteis para o que não pode ser dito no instante

As aves

As aves bebem aqui - embriagam-se talvez, afogam-se talvez - reversíveis nos seus ciclos da sede como as luas
As aves que bebem aqui são o excessivo desejo de Desejo: a matriz de todo o eu potável
Todas alcoólicas as aves desejam mais do que asas e bebem mais do que todo o eu potável
As aves bebem o Desejo onde o desejante se deseja desejante
ciclos da sede com as luas - repito-me repete-me antes que as feridas falem

As aves bebem aqui
o meu desejo
fazem círculos entre Desejar e Desejar
e crescem até aos ramos superiores de toda a fala das feridas potáveis

("aqui" - faço uma cruz com o sopro dos meus dedos para não esqueceres Onde
toca aqui com o sopro dos teus dedos, pois tocar nunca esquece o seu ser tocado
queria também que beijasses aqui como se fosse uma ferida que só o lento beijo cura)

Le crépuscule du tournesol


chaque tournesol connaît les paraboles de son absence
et l'absence dans une langue recèle un champ de blé futur

pas tous les Messies embrassent le tournesol et son crépuscule

autrement le blé futur serait une orbite plus désirante que désirée

Caminhos

O Grande Parque de Diversões é como o Dicionário: tem muitos caminhos, mas poucos rumos com desfechos singulares.
Por regra e por excepção, tudo está salvo. quase sempre por absoluta necessidade imanente aos músculos vivos.

Quem seguir pela voz A... irá ao Inferno, mas depois de passar a montanha das neves eternas.
Quem seguir pela voz B... irá ao Inferno, mas depois de passar o jardim dos enganos.
Quem seguir pela voz C... irá ao Inferno, mas depois de passar o carrossel dos imóveis.

Portanto, muitas são as portas dos Infernos, mas todos os Infernos terminam cedo... na Ilha dos Amores.
Optimismo metafísico para evitar desidratação durante o sono.

Tuesday, July 27, 2010

Ainda


Não sei pôr os pés no chão
nem traçar uma linha recta
entre o sol e os meus olhos.
Respira-me o fogo exacto
de dentro duma pedra de silêncio
em desequilíbrio.



Tudo arde sobre a pele e a pele sobre tudo.
Ainda.

Menina: Estória


(Amar-me e amar-te sem contradição. Excede-me. Permaneço imóvel
diante dos verbos do impossível. Até que talvez descubramos que.
Que nada nunca ninguém. Nos. Poderá. Extinguir.)

(Temos fome temos sede temos frio: não temos nada.
Não há explicação para tanta carência. Hesito sobre a verdade do caos.)

(A minha fome seria hoje um incêndio final numa página em branco
como uma boca afónica aberta sobre o silêncio que deveria ser grito.
Uma linha de água de saliva de sangue. Três linhas exactamente. Dentro e fora. Fazem tanto.)

(Menina virgem me arrancaram de casa de meus pais para este Naufrágio!
Qual fosse então a causa desse arrancamento eram infinitas não sei dizer uma. Hoje não lhe ponho outra causa nem outra Origem funda
senão o Desejo feroz de…)


(Talvez fosse também um ódio subtil de mim
ódio da minha virgindade que exprimia a essência voraz
da minha peregrinação invertida.)

(Pudesse ao menos a minha promessa de um texto absurdo trazer consigo
um acréscimo de fogo sem cinza para o rio infinito do Desejo.
Nem todos os rios são navegáveis muitos têm mais margens do que águas.
Aí crescem pedras árvores e cabelos de mulheres. Do seu crescimento
exala um silêncio denso soprando o perfume vivo das viagens
em círculos inacabados de. Intensamente. Descompreender-me.)

Sublinho-Te


Sublinho-Te para te amar melhor.
Também um rio corre nesta cidade Amor.

Neste rio, cantam todos os rios das cidades Onde.
E dos rios Por-Onde-Até

A respiração queima levemente a tua língua
e a epiderme do universo aquece globalmente. Desde as mãos.

Os olhos incendiados e líquidos das mãos avançam até à sombra.
Fazem e desfazem os fios de luz de sublinhar-Te.

Por Fim chegamos à Origem: por Fim começamos.
A pele profunda intangível: as veias gritam abertas.
Os tecidos musculares dizem Sol

Tuesday, July 13, 2010

Histórias

Era um poeta muito libidinoso.
Aos oitenta anos, interrogava-se ainda sobre o mistério do "abdómen das adolescentes" que tanto lhe ardia em cada expiração...

Reflexologia básica


1. O grito protege a respiração nas mais raras atmosferas...

2. As quedas são também iniciações à arte de voar...

3. A motricidade imaginária transforma o espaço num outro corpo, interior...

A quasi-law of motion...

The trajectory of our escaping tends to coincide to the strongest collision...

Tuesday, June 22, 2010

still nature by the rivers


many people - including non-swimmers - make love by the rivers

and I believe they are flowing the right current
and I wish I could or knew or were the exact moon of Its Making


after thought: may you all sanctify every river bank in every extreme Hour of ours, of unceasing labours and unfinished desires, mouth to mouth, brighter than the exact moon of Its Fast-and-Slow Burning

lines and points


1. life must be a metaphor for something else

2. life is a metaphor for itself : absolutely

A. These two lines exhibit two modes of lovemaking

B. These two lines are two contrasting theologies

Thursday, June 10, 2010

as if untouchable


needs i need yours
needs mine need me
this kiss goodnight
this maze goodnight
now now louder as if
now from this dark
fear of not of not
touch me fully yours
as if needs me yours
dense and long this
i or me or as if
nothing me nor i air
this running through
or not me not i air

as if untouchable
in the mist of yours

Tuesday, June 1, 2010

l'enfante-oiseau infiniment


elle s'éveille dépliant son éclair et ses ailes bleues marines, tout abrupte et douce... on voit ce type de poème depuis l'aurore du langage... rien d'étonnant pour nous, trop avisés...
elle annonce le soleil au sein de l'ombre et ouvre une brèche sur les murs orientaux de la maison...
elle court, vole, accélère les heures du commencement, forte de sa pleine nudité...
Etre triste, c'est plus absurde que de trébucher sur la crainte de tomber.
L'infini retourne à mon corps brisé et primitif grâce à ton agilité originelle, infinie enfante qui déferles l'abondance du sable et de la lumière et de l'eau...
forces libres, les images - inscrites ici entre la peau-dehors et la peau-dedans - transgressent mes muscles usés qui réapprennent à faire confiance à ce qui viendra... sans vertige, les mouvements des images engendrent cette méthode silencieuse, radicalement transparente, comme lorsque la bouche touche le sein...

je me souvins maintenant d'avoir perdu une ficelle où j'attachai un nuage... endormi... presque un désir informe en progression vers une pierre de feu... encore l'espoir de rennaître et de comprendre la femme en puissance, s'élévant... je pensais peut-être que le sentiment d'être-un-avec-le-sein serait le symbole d'autre symbole que je vais étudier dès que j'atteigne un entendement plus aigu de la privation qui fait trembler le temps de tous les animaux...

Friday, May 28, 2010

roses


Roses were liquid branches of touching emphasis...

And the living force of self-invention generated the sense of truth that still fructifies

between my eyes and the layers of your skin.

Algo mínimo


o amor respira nos gestos mínimos

acontecer algo é sempre imenso
quando a gratidão corre em todos os estratos da pele

Tuesday, May 25, 2010

Passion for-flowing-and-


we went to the river to study the grammar of our lives, still fresh and burning without smoke nor other aerial complications... nothing but white flammes of uncompleted skinwinds...

we posed not questions in order not to loose the orthogonal instinct of touch and truth...

as those manuscripts of silence flow over the silence... hands promise and fulfill...

again the river erodes the order of causation... first the arrows on the hearts, second the curved force of the bows... third the flight of iron and flesh through one and the same manuscript of fire...

I'll drink it softly till my lips allow of birds... as those origins termed poems within... inventions, the possibility of truth and its affluent pleasures...