Friday, April 25, 2008

A-Dieu as a Song to MySelf


there is a missing forest in my blind anxiety
where I left my bare feet and my sandals
yesterday
(no more nascent fragments of burned skin
between us?)

the loss of my tongue promises wild things
maybe
(no more expansion of litteral miscaptures
between us?)

my night errancy launches a silent war against the sun
flesh of my flesh
with bloodshed
(please no more 'Kiss-moi' songs in here!
cries a distancing chorus of monstruous fears)

strange gusts of light particles between us
disbelieve my most intimate theories on Darkness
at midnight

(who is selving through such a reversed Spring?
whose song is This? whose body is This?
am I a poem To-You, One, None?
am I poesis on disflow?)

Revolution


Every morning of mine should be a miracle of non-repetition with perspiring drums and naked dancers on the streets. For every night I long for the Rising Sun of my vital revolution, for My hands burning on drums. And every soul is The-Beginning-At-Work. Hence where there is no infinity, there can be no soul, only ashes.

Inventiva madrugada da revolucao,
Abril, metafora do tempo novo, do vinho novo, da seara nova, Mulher,
sentir que ainda nao cumpriste toda a tua promessa de sol
significa amar-te Mais, beijar-te Melhor,
mais longamente, mais profundamente
do que respirar.

Thursday, April 10, 2008

Force de frappe


Ce qui tue sans blesser, c'est l'amour.

Ne pas soigner ses plaies
ou vagabonder sans but
ou danser sous la tempête
(entre autres),
c'est ce que j'appelle T'Aimer.

Nude with a guitar


And the Spring is also a vast tragedy.
Flowers come anonymously from Silence.

And nudes with guitars cannot live happily forever
within these or other possible verses

(...)


Cada modo de silenciar tem seu modo de pulsar.
Assim, minha alma implode invisivelmente. Percute um ritmo novo, entre a queda e o voo.

De onde vem este sentimento de travessia de deserto?
De onde? Da secura na pele ou da areia na boca?
Do torpor de amar-me ou da fractura de desejar-Te?

Eu sou o meu derradeiro e mais intenso terror nocturno.

Descompreendo-me diariamente em lentos comboios subterrâneos:
eu-o-embarcado-no-infinito-de-Um-Adeus, infinito continuum de naufragar, plano inclinado dos amores abissais que fazem e desfazem o mundo.

Dizer-me Adeus oferece-me a paz de um pranto de viagem que promete o corpo exausto e nada mais (ou um tudo de nada mais, literalmente absurdo).

Farei do meu corpo e de tudo o que chamo 'eu' uma longa travessia pela perda de todos os nomes. Se puder resistir-me, fingirei crer ainda em caminhos e fontes, mas simultaneamente incendiarei o meu sentido do norte e do sul com Nada, e beijarei o meu sentido da sede com Nada.
Farei finalmente um alfabeto de gestos e, se houver nessa linguagem um gesto que salva, sei que, embarcado no infinito, tarde ou cedo, serei salvo sem saber, sem buscar.
O-gesto-que-salva... sera' pleno dom (ou nada). Vindo de onde nada vem.
Entretanto, a linguagem prossegue meu mutismo confuso, minha ferida-que-nao-sara.
E escreverei - seguindo o pulsar do meu corpo obscuro - para evitar a possibilidade e a certeza do Pior. Cada modo de escrever abre um modo de silenciar. Aqui, tudo pulsa com os mesmos tambores - obras de pele e de vento e de choque.