Wednesday, February 28, 2024

à l'intérieur des arbres il y aura des catastrophes


à l'intérieur des arbres il y aura des catastrophes

peut-être des sources, voire des incendies

un parfum de cendres et de peur indéfinie 

puis, des fontaines sur le désir ou besoin de sentir

le monde entier


(secrètes fontaines rouges sur le monde entier

ou fontaines pourpres ou fontaines de sang foncé mais très frais

secrètes fontaines de terre eau air feu)


tu peux boire ma peau jusqu'à mon coeur: poitrine ouverte

il y aura des catastrophes, peut-être des sources

puis, des fontaines sur le désir ou besoin de sentir

l'amour entier


(de secrètes fontaines rouges où se dénudent les inconnues

catastrophe-x sur mon coeur rouge 

catastrophe-y sur tes lèvres rouges

catastrophe-z sur le noeud rouge: mon coeur saigne dans tes lèvres)   

Monday, February 26, 2024

Sunday, February 25, 2024

Absolute Monomania: The One and Only Idea: To-be-Loved


a panic attack 
seizes the flesh of this world: horror 
of the void 

the void of not being loved seizes the Idea of being-not-being: am I?
am I fully loved in full sun?
am I fully loved in the tropical archipelagos of life?


(Am I loved? Are you loved? Has anyone ever born out of love To-be-Loved?

What is being loved? Why is being the furious necessity of being-Loved?)

Saturday, February 24, 2024

Aulas de Harpa


Primeira Aula-de-Harpa: as cordas da paz: o som abre as minhas mãos

a música treme nas mãos desarmadas procurando a Origem

o mundo pode começar


(sinto finalmente uma praia no fundo da tempestade

espero creio no fundo após longa noite de medos)

(os medos prolongam somente a noite compreendo)


Primeira Aula-de-Harpa: aprender os primeiros gestos de amar

cada instante do futuro é uma harpa que sopra nas mãos

o mundo pode começar


as mãos tremem 

quando os dedos tocam nos ramos

mais aéreos: altitude transfinita da floresta


Primeira Aula-de-Harpa: aprender os primeiros gestos de amar

cada instante do futuro é a mesma harpa que beija nas raízes 


as mãos tremem 

quando os dedos tocam nos seios 

mais nus: superfície transfinita da mulher

Friday, February 23, 2024

Infinity within Zero: Maybe first silence-wind-fire-




 you may begin from zero

as if born naked on the road


you may begin from infinity

as if born in fire

my lava my flesh



(fire has no mother nor father, like lava,

like water, and thirst, and my needy flesh,

generative fire in the flesh)


(i am infinitely orphan and my fire is liquid

i am the boiling thirst of unknown waters)

If pathos, then poetry: if poetry, then life


If pathos, then poetry

If horror, then beauty

(because, if poetry does not respond to pathos from the first wound

if poetry does not work-play-create through and within pathos, 

then you delve into the cruelest war: conflagration in the proper flesh

every fury of yours against every vein of yours)


 

Tuesday, February 20, 2024

"Abismos, passagens, limites": A Geografia do Amor-de-Sophia


 A vida começa junto à foz do Rio: tudo corre, tudo permanece

O Oceano é o Infinito turbulento 
o Infinito que agita as fibras do sublime contra a Beleza cintilante
a respiração corre tão frágil durante o prazer da Beleza 
diante do abismo 

A vida começa na ondulação espumante do abismo olhos-nos-olhos
imaginando as epopeias das passagens-sem-limite
e dos naufrágios possíveis

Há um jardim-limite no Princípio e no Fim
entre o abismo do Oceano e o abismo deste Mundo
talvez Desejo em crescimento

Há uma diagonal transfinita que liga os limites às matérias incandescentes
Tudo corre e tudo permanece, passando o sangue dos braços ao vento das asas 

As crianças enchem o jardim-limite com infâncias transfinitas
Alegria corre e permanece nas crianças amando Sophia
amando a Mãe: a ponte de carne viva sobre abismos
sem princípio nem fim

O fogo do alfabeto nasce nas árvores e nos seus frutos noturnos 
as fúrias vermelhas mais íntimas: primeiras palavras ardendo
nas mãos e nas coisas, desejando mais álcool de tempo
Primavera junto à foz do Rio

O amor-de-Sophia constrói sempre a passagem
A inteligência do amor falha sempre a passagem: tudo corre, tudo permanece
Entre a infância e a adolescência, os músculos interrogam 
a possibilidade de ser pássaro

Quantos corpos há neste corpo?
e quanta energia há neste Desejo?
Primeiro fogo da escrita, primeiro fumo, desenhando questões de carne viva
Primeiro dia da Génese: tudo corre, tudo permanece
uma paixão de adolescente corre do nada e permanece em tudo
a Ideia ferida de Ser-e-não-ser

Na foz do Rio, correm brumas no limite do abismo
permanecem passagens através do Pleno e do Vazio
desde o primeiro texto: o Amor-de-Sophia é o espaço inteiro
enquanto a loucura da Cidade agita o fundo

Thursday, February 15, 2024

Sobre o Desespero dos Poemas de Amor

quase no polo sul do fogo e do gelo

uma canção desesperada procura seu Oriente

a infinita dor dos lábios canta o Silêncio do Extremo

a infinita dor do desespero dos poemas de amor é sempre

a linguagem mais bruta: Silêncio do Extremo



sobre o desespero dos poemas de amor todos os lobos uivam de loucura 

e Alegria 

e Confusão

sobre o desespero dos poemas de amor: sensação corporal de princípio e de fim

sensação de enigma no corpo-e-terra 

alteração em todas as fibras

desespero-na-canção

poema de carne e estrela e pó


sobre o desespero dos poemas de amor: as cordas tensas

as cordas das harpas e das cítaras e dos barcos e das armas

as cordas gritam e ecoam... 

meu corpo-e-terra na língua toca nos extremos: a falésia mais alta e o colapso mais fundo e o medo mais mortal

a infinita dor: infinitos animais selvagens mordendo dentro de todas as fibras feridas

minhas fibras de carne e estrela e pó aquecendo no ácido do desespero dos poemas de amor

aqui bebo a canção desesperada desde o silêncio antes do Primeiro Poema: Silêncio boca-a-boca 

aqui antes da literatura, começa o sangue ofegante do êxtase derramado boca-a-boca  

Tuesday, February 13, 2024

Vertigem de Abandono


Recordo-me confusamente, intensamente... da vertigem de abandono... 

Recordo-me obscuramente com uns flashes de relâmpago multicolor... da vertigem de abandono... sentindo e imaginando na respiração vazia... como uma criança, eu-criança, poderia adormecer no colo da mãe e acordar um dia absolutamente só, selvaticamente só, sobre a rocha nua da solidão, no tempo do fim, ou o tempo após-o-fim, após o fim de todo o seu mundo vital, após o fim de toda a sua maternidade...   

Recordo-me nebulosamente da vertigem de abandono... a sensação-imaginação do terror de um dia poder-ser-só... a sensação-imaginação dolorosa da possibilidade ou quasi-necessidade trágica de um dia eu-existir-órfãmente... 

Angústia experimental de querer sentir o peso da dor futura, o peso do pior mundo possível futuro... Angústia auto-induzida para medir a potência do Desejo-de-vida e a contra-potência da desordem... 

Recordo-me obscuramente de querer sentir e imaginar as catástrofes do pior-mundo-possível, o ácido do Sacrifício, o caos dos processos de metamorfose indefinida... assim, aprendi o lugar dos meus músculos mais ínfimos e das suas veias mais ínfimas vibrando na respiração lenta, no limite do pulmão vazio... aprendi quanto todos os sentidos são tensões amorosas que temem perder-se...      

Mountain Ways: Atmosphere of Free Love


Mountain Ways within my Life
The Way in search of Moving Bodies 
flowing from the First Waters
within the First Inner Spring
 

Free Love Way: everything ever New
(Novelty renewing All-Reality) 

Freedom of Loving Way: everything ever Possible
(Love reanimating All-Novelty)

Liberating Love Way: everything ever Desirable
(Life reenacting All-Love)

This is Eternal Youth within the First Waters
the Secret why Life is always more Future
more than being-and-non-being

Sunday, February 11, 2024

Liebesgedichte onhe Liebesleib?



» Ach, wie sehn ich mich nach dir,
Kleiner Engel! Nur im Traum,
Nur im Traum erscheine mir! «

(Unsinn, Goethe! Wachen bitte auf!
Gehen Sie zurück an Ihren Schreibtisch.
Schreiben Sie dieses harmlose Gedicht um, 
aber füllen Sie es jetzt mit verkörperter leidenschaftlicher Sprache, 
d. h. mit Verweisen auf Körperteile und Körperempfindungen 
von Angst und Liebe.
Ein Liebesgedicht muss Dolche werfen! 
Absurdes Romantisieren!)

Träume, Wünsche, Ziele

 


folgende Abgründe 

jetzt zusammen am Anfang der Intelligenz: 

Ich weiß, das ich nichts besitze

zu viel Weisheit 

innerhalb Orakle 


folgende Abgründe 

hier zusammen am Anfang der Sprache:

Ich liebe, dass ich nichts besitze

zu viel Liebe

innerhalb Vogel


ich liebe dein Verb Leben

Saturday, February 10, 2024

Love: the Oneness and the Manyness


 Is it always the same sun?
one and only sun within every ray
generating light and its passions?
the infinity of colors?

Is it always the same love?
one and only love within every life
generating desire and its passions?
the infinity of embraces?

Is it always the same poet?
one and only poet within every art
generating signs and its passions?
the infinity of poems?


(Radical Infinity reconciles my motions 
over-erring over-aiming over-flowing)

(Radical Infinity involves me
my senses my times my bodies
between and amongst
One and Many)

Caminhos: passos no Desejo-de-ir e nada-mais-do-que...


no princípio
o Caminho acontece como Clamor

pedra sagrada do Desejo-de-ir
e Voz-no-deserto dentro dos passos

durante Caminhar
o Caminho faz-se carne que crê e espera e ama

quando há vertigem e terror de cair
o Caminho constrói a Casa-na-falésia
e o Fogo-da-casa-na-falésia 
e o Mistério-do-fogo-da-casa-na-falésia
e a Voz-da-mãe-no-deserto




(nada mais do que carne viva dentro do Desejo-de-ir)

o Caminho vibra em todas as paixões 

(dentro da carne viva
e nada mais do que carne viva
dentro do Desejo
o Desejo-de-ir)

as paixões de movimento são a Verdade de Eros
a força inventiva de Caminhos e Caminhantes

 
caminhar é dançar mais vastamente
mais amplamente  mais inteiramente
mais corpo-a-corpo na terra-a-terra

os caminhos são a Paixão-da-Invenção
Verdade-de-Eros 

Caminhos: Paixões e metamorfoses de corpo-e-terra


 os caminhos libertam Caminhantes

(ganhamos e perdemos vertigens
sempre antigas e novas
no real Absoluto de corpo-e-terra)


o Caminho brilha nos olhos livres

(ganhamos e perdemos terrores 
sempre sábios e loucos
na errância Absoluta de prazer-e-dor)


o Caminho liberta corpo-e-terra passo a passo 
 
(atingimos a respiração da Altitude
enquanto Silêncio atinge Cantar)


os Caminhantes devêm Animais Voadores
à imagem das Canções de Eros

(duramos-per-duramos  passo a passo 
o Caminho entra nos ciclos do corpo
enquanto se crê e se espera e se ama 
mais-do-que o Razoável)

a força do Caminho
cresce na História
(os músculos de crer  esperar  amar)

Reminiscing-Imagining-Longing


 I remember clearly the Reals of this world
Dawns and Rocks

I imagine obscurely the Possibles of this world
Suns and Ecstasies

I long intensely for the Necessities of this world
Loves and Wildfires 

Tuesday, February 6, 2024

Desejo Primordial Infinito


(Este Livro expõe Segredos Rítmicos:
é a linguagem de Eros na carne viva
Eros-dentro-de-Psyche)


(Segredo Feminino:
Por fim   Principiar
Ser Capaz-de-Dizer   
a minha boca   na tua língua livre
Te-Amo  neste mundo
Te-Amo em todos os mundos possíveis)


(Só se pode amar o que se conhece?
O Amor é 
a imaginação das Incógnitas Futuras
face-a-face.
Só se pode amar o que se alucina e delira?
O amor é a fábula real desta vida.)


(Cifras-me? Decifras-me?   
Alimentas-me? Devoras-me?
Cada questão é outro projeto de compreensão
Inescapável flecha nos seios nus   
face-a-face)

 

Monday, February 5, 2024

liquid intelligence


 a relationship between desire and fear
undulating again
uncovering again
primordially
face to face 

my own undulating and my own uncovering
expressing itself
being towards an Idea of Horizon

my own story as a whole
exploding and imploding
streams and currents and other unnamed
forces of Reality