Friday, March 29, 2013

seagulls and cliffs

seagulls and cliffs within the Landscape off shore ___ off Eros

this body of mine for You to devour 
until flowing milk and honey

seagulls and cliffs within the threshold between skin and flame 
You are future mystery of being

Why is there Being rather than Voice?
Call the Fear Land where bread and cross make God-wanderers

seagulls and cliffs within my deep dermis of night music
Why is there an unspeakable wound through all layers off___dermal Nothing and Manuscript? 
Call the shadows of silences of things to come. Everything must happen. 
Hours must happen and merge with my flesh 
I learn the mystery of prison poems and wound closure.

seagulls and cliffs living emptiness
cutting deeper the drumbeat of burning Fables and Nudes
Why is there hope of futures rather than famines?
Every catastrophe must transform Monsters into me, naked me, into Major Song.  


Thursday, March 28, 2013

Cantar?

Cantar___ bater asas 
contra as águas da tua Poesia Amante de ruínas perdidas e de olhos perdidos à flor da pele perdida. Quase pânico de sonhar sem respirar. Cantar___ bater as asas contra o Milagre que tarda tanto. Crês___Cantas___Ardes de Cantar e de Crer? 
Um seio vibrante onde beber e arder e morrer de arder Tanto.
Compreendes, Carinho? 

Meus pássaros precisam de teus ombros para repousar. 
Acontece-me cair. Acontece-me morrer de coração faminto à porta de pedras, tão quentes, de Ausência. Os dedos na boca desfazem o Nome inclinado que flutua no grito marítimo. Acontece-me cair no grito___Canto até perder o sentido da navegação do sangue na espiral do ventre vazio, ainda tanto. Há tanto Dentro para morder, na ondulação. Meus pássaros querem teus dentes no pescoço. Morde-me as cordas, as fibras, os nervos de Tudo. Morde-me Toda, uma Hora Toda, antes que___ até quando___

Meus pássaros ouvem a harpa intocável da tua Sombra, a tua Poesia inclinada para Nada, teu espírito divino de Além-Deus. Meus pássaros ouvem e enlouquecem___ ou somente não sabem bater as asas perigosamente contra as flechas do Amor-que-fere-e-não-mata-enquanto-não-mata___
Compreendes, Carinho?
Põe as tuas línguas nas minhas bocas para começar o Fim da Linguagem. 
Tão lacrimosa Gramática, neste meio-dia-meia-noite, sou a Mulher Nua que-vem-da-Vertigem íntima dos pássaros selvagens para-este-Texto-Genital.
Toca-me com a Tua primeira língua de Dilúvio___no centro da ferida de Além-Dor___
O corpo de Nada-Nunca-Ninguém é incêndio bastante para o Infinito Desejante.
Compreendes, Carinho?
    


Wednesday, March 27, 2013

night = vortex

Night is all mouth, say Vortex. 
Can you drink It?

Night comes to swallow many mouths. 
Can you devour It?

Lady of darkness, elusive rose, new stream, 
more Naked than Infinity.
Touch me for once and stir my red roots.

Lady of the silent volcano, 
feed me with your waves of Extreme Pulse.

Your nakedness, Lady, nurses my orchids and my snakes. 
You, my Vertical Insomniac Secret.
The soul is all body, another door of aching wood.

Everything must happen. The fire calls for our babies.
The world is a rare organ, Lady. You are at home in my blind mountain of Love, you carry my emptinesses and my voices, far off, far off. And the face burns among your breasts. I am unborn until Your sunset kills kills kills all night all monsters. Lady, agitate my heart. You are my school of shadows within voiceless Loves. 
The acids of madness are my path, the only path where I taste the hollow into hollow. Must I drink It__?__   

Touch my narrow path before moons cry the echoing echoing absolute sacrifice. It means lines of pain flowing from lip to lip tonight. Love alone has no purpose in the Garden.
Night is the First Garden still aching aching... like those needles of fire injected into the blood stream off __ ? __ relapsing hearts. 
I cannot but desire your drums. Or the pump of your breasts and trees. 
Night is all mouth, me, naked me, the last one, asking nothing of life, nothing but much heat and a cul-de-sac___against flesh.

For only flesh masters this Vortex, say Night. 

Lady, listen to my final bleeding word against the Only capable poem___a cul-de-sac___ off coast__ off Eros, the bittersweet tempest of mouths, against flesh.

Lady, wrap my lips with Other Skin or Edge from Nowhere.    


Monday, March 25, 2013

Pathos de ante-Eva

Eu sou outra, mais cruel do que Eu.

Meu corpo é outro animal mais cruel do que Eu

ou sol ou explosão que desato de dentro dos nós mais cegos
do que Eu e a Outra-que-Eu e o Outro-animal-que-Eu  

Desejo incêndio de luas novas agora 
ou grito asa desde o avesso da voz até ao núcleo voraz 



Adagio, my Love

Adagio appassionato, my Love. 

Read my lips and follow my curves 
or die trying.


Sunday, March 24, 2013

ruínas e húmus

a primeira Mulher 
a Nudez íntima de Kaos 
Tu. se há Haver.
vivias no Meu âmago de ruínas e húmus.

procuro-Te ainda para Ser e Não-Ser, carne da Tua carne, vazio do teu vazio, pranto do teu pranto, fome da tua fome, fúria da tua fúria. morremos e nascemos Já com sismos noturnos na voz dos animais. somos os animais todos em temperatura extrema de Desejo. 
neste texto líquido de saliva e lava. vamos para outra Infância, sem pai nem mãe, mais órfãos do que relâmpagos náufragos. 
Nunca me morres, se há Haver de fogo no sangue. 
meia-noite dos pássaros vulcânicos Desejantes. . .



Vacuum

return to the empty Garden. if You exist. 

the ruins of vacuum within the fruit. sing the Major Song. 
we know the full text of flesh.

come. if You exist. naked wind. 


Saturday, March 23, 2013

jardim de arder de arder

somos o sonho voraz de morrer no vértice dos lábios ___  um pássaro na melodia escarlate: Eu Amo Tu. Vem ao húmus do beijo dançar e estremecer. poesia transpira e perfura minha Mulher Nua. no alfabeto selvagem da alegria que clama no deserto : somos a areia e os peixes voadores através do sangue Amante. Escreve-me teu Nome aqui na pele em ruínas. . .

há um segredo neste combate corpo-a-corpo contra o Fogo __ dói-me a brisa do texto quebrado __ teus ramos rangem na montanha vulcânica dos sonhos contínuos de tanta boca ferida : ou na fronteira entre beijar e morder __ as águas sobem e descem na ondulação íntima __ o poema demora no suspiro arruinando a língua, a boca, para perder de: : :  Mulher sangrando em mim __ na ondulação do teu silêncio e do teu grito, subindo e descendo, contrários e penetrantes ___

__ Nasço dispersa, mordendo a hora, desnudando a hora, de todos os véus até ser só fogo de pétalas, mulher nua sobre a nudez de Kaos __ o Cântico Maior arde no Jardim do corpo amante que transporta pássaros para mais Alegria do que Vertigem e do que Corpo capaz de vertigem. 

choram muitas arpas no meu beijo náufrago de ignorar o abismo onde morrer transbordante o corpo Amante e o Nome que treme na raiz do suspiro.

somos a fulgurante Rosa de Nunca, a Rosa fervente de Jamais-Contente que fere fundo à flor da pele!

Ardemos inteiros e definitivos, sem fumo nem cinza, quando ardem fúria e carícia aqui na insónia de Amar. Urgência abissal de perder os sentidos com outra Violência de sentidos.
 quando toda a Vida é Relâmpago e Cântico Maior do que Ser. __ talvez ferida abrindo os contrários sentidos. . .  
um instante fulgurante de relâmpago. . .  se soubesse da noite o canal imediato para a Metamorfose em Beijo. se pudesse somente sem saber porquê __
lágrimas de êxtase e nada, meio-dia-meia-noite, cegando infinitos véus infinitamente desnudando os seios do teu jardim





Jardim Agridoce do Princípio

Fogo de pétalas ___ transformamos __ na boca quente __ o corpo amante em Jardim.
o corpo amante lavra no jardim a fuga que se perde no labirinto __ mais fuga mais perdição __ semeias florestas de Saudade e queimas asas para queimar a Mulher que canta longamente o Cântico Maior
 __ 
Nasço __ desde o vento faminto __ desde a vibração noturna de meu grito __ 

bebo sol e bebo sal inflamável de pele de seios nus___ enlouqueço com as flechas lunares dentro do pássaro marítimo da Mulher __ suas marés imensas sangrando em mim de fome e sede __ 

todos os animais aqui são outro texto doloroso : outro milagre sobre os ombros para beijar__ 
antes e depois de arder ou naufragar para Ti, Eros navegante da Mulher Nua __ aqui ___
passamos como flores no dorso da paisagem__ imagina as flechas ardentes dos lábios contra os lábios à tona de Kaos ___ Compreendes, Carinho?



Friday, March 22, 2013

arte da espuma

dói-me o princípio do universo

dói-me a ânsia do Mistério para Ser as gaivotas a explodir na arte da espuma...   

o sonho começa à superfície do Desejo e termina nas pálpebras abertas de angústia absoluta

o poema infinito combate o incêndio nos telhados do Amor - esta noite rima nua com caminhos na floresta. a tua respiração escreve fragmentos sísmicos de Zero e Fim. dói-me a pedra do chão Onde oceano Te beijo e assalto e desenlaço... estás triste, Ondulação interior. conto-te Saudades de outro corpo inteiro, minha espuma trémula de asas e Origem. Navegar é preciso para nascer mais fundo do que o Princípio.   

If You exist

I pray to the Possible before I pack and leave. 
because You are the power of the ultimate tear. 
if You exist.

I await a miracle of flesh, if You exist. 
because only flesh opens the south rivers. 
where the fruit begins fighting the voice of the monster 
within the doubtful breast. . . 

who are you, if You exist, my first Spring?  


Thursday, March 21, 2013

Post-midnight desire

Eros is bittersweet. over all skin.
infinite hunters after the same prey, obliged by Hunger.
Eros elopes with Madness and Secret. Bodies sing the trembling anguish of  Moon-beams. new fevers in the breast. night rains and overflows, like me, naked me, on the brink of flying and falling. Eros follows the hunters in me, naked me, infinite me. 
I protest in a sea of folly against the sleep of horses within some veins and fires. 
there is no hero for the poem. clouds stop and disagree in your red lips, groping the depths of Chaos, seeds of chaos and joy, crying the Melancholic skin. . . tears refuse horses in the mist of dances. 
where have you been, where are you going, Poem of Bittersweet Angst? 
more than silence, and solitude: Post-midnight Desire of groping the full intensity. . . why are there passions cutting flesh deeper than Life? in the beginning the whole tempest of flames, my wound. the alcohol of future aspires to the whole.
the alcohol of Eros burns now, my wound. . . only flesh knows the language of the infinite hunters in circles through veins and nerves.     



Wednesday, March 20, 2013

birds off coast

birds know the time when You spring from Within this world.
let us embark before the collapse of suns into the ashes of our carnivores.

only flesh can explode again between the shades of deep blue, now.



Tuesday, March 19, 2013

Eve of sand

ad absurdum, my Love. . . 
this energy of roses and roses of roses in words and knives
I touch your poetry tragedy of circles of rivers down well down the song where naked None kisses None. . . You, rose nothing. . . blooming more than Being and hurting the rock off mixed bloods. . .

boiling sand of desert in the tongue and your womb blows, Eve.
where is the end of It? which skin strata are still quiet and wet?
what is humus and what God in my naked syntax? deep broken syntax of blindness and necessity?

as dark as the poem where the veils burn on thy womb, Logos non-Ab-solute! drink my salty mouth, I, none, You, none, the same catastrophe of mountains rolling within our secret sands . . . questioning poems that hallucinate The intimacy of Open place of Origin towards the same Abyss . . . touch my womb, thy poem of None  

Thursday, March 14, 2013

Eve within the fruit

waves love bodies. 
I hunger after nebulous lips before dawn. all paralysis of flesh grows into smoke first. if not losing the texture of cold fruit under the female skin in me. 
I reject the senses and the questions that send her poems exposing furious metaphors on my utter lack of fear of possibilities. She is sewing in me under the skin that obliges poems to blow. my native crux is Desire in waves, more physical than the old sofa where Yahweh faces my flow of inner life against all the fruits. How can I find the Fruit of my Hunger? How can I sense the horror of Love in the end of the Night? ...and do not forget the connection of lips and blood with the mouth spreading over the Garden. all the old anchors cry: I am  the snake, the baby, the journey, the salvation, against rotten texts of texts of texts... I work for bread with my trembling womb, see how I bleed and love, bleed and love, bleed and love... I hear the voice of roses on the wrong side of the fountains in me! What do I mean?... fury flows through pages, burnt pages, bleeding immensely, prose and verse, my stories of last night in my hands cutting off trees of Excessive Fruits. my best poem bleeding, longing for the whole fountain, the whole dawn of Desire touching my womb lips. so much to read, your hands, lost for so long, Yahweh, my mouth names it with saliva naked, all-embracing flood. The heat throws tenderness against the rocks. I need a rock to kiss and bite furiously. the tempest sings off the coast, off the heart. we dance in darkness between vowels and tongues. every wound must be a poem, bleeding and breathing, the alphabet inside the ruined body within Enigma. I protest against the juice of loves fuming loves like knives turning pages, madly... 
waves love bodies, the fullness of infinite summers crossing the oceans here, now, in all flexions of my muscles, beyond myself. Eve is an overdose of waves in flame and milky loves into veins.
This text attacks the texture of flesh of my women from last night, still bleeding those syllables of peak temperatures. our wombs endure and endure earthquakes blasting Fables and Adieus.


espumas matinais

acordei no jardim com a carícia da serpente, explicando os frutos e os sabores do Princípio. 
a serpente escreve outro livro dentro do meu livro, outra mão dentro da minha mão, desenhando a ondulação da Manhã. uma onda, uma hora, um texto noturno, vem do coração do silêncio para a espuma fresca dos lábios perdidos de Beijo. 
toda a noite é a onda da redação pura: todos os símbolos embriagados renascem para o Jardim que arde no sangue inquieto e confuso de Buscar-Te. acordei com a saliva sibilante do Desejo Infinito - que somos. a minha saliva ondulante que Nenhum Lábio repousa. põe noite e texto contra texto e noite. somos da distância infinita a ondulação dos lábios que Nunca adormece fora de sonho. somos do Jardim o sonhador que escreve a serpente. solidão de uma certa serpente do primeiro Jardim de silêncio.     


Sunday, March 3, 2013

Eva com nevoeiro X3

Eva, Mulher subcutânea, dentro de todas as vogais de cantar em êxtase. Eva com nevoeiro perde os sentidos, com nevoeiro aumenta a densidade de sonhar... oscilando descrente entre morder luz e morder sombra nas mãos transpiradas de tão íngreme ser a ignorância de Tudo o que não tem corpo... 


Eva com nevoeiro

amanhecer no jardim, ardendo juntos, dentro dos frutos maduros, amando com a pele que se rasga luminosa recomeçando na polpa e no sumo transbordante a invenção da dança para ser inteira a Nudez chovendo quente sobre o inteiro jardim. amanhecer novos lábios, da raiz às folhas, uma seiva incandescente que ensina a beijar e a derreter pedras com os líquidos do corpo amante. tudo antes de haver Verdade e Deus nascer com Sua Gramática de bruma e véu sobre os nossos sexos de Êxodo sem deserto, somente a pele fervendo de clímax ao fundo como à flor, rasgando os frutos, boca-a-boca. transbordando o leito do mundo e a fantasia dos possíveis. Porque o Amor é a imaginação de asas incendiadas, sempre subindo em chamas inconsumíveis. Compreendes, Carinho? O Porquê de tanta Ânsia em temperaturas de relâmpago. Somos a pele dos frutos vertendo Infinito para dentro de Desejo. O Porquê de tanto tremer a língua, tremendo cosmos na bruma, antes de Haver Algo. Desejamos regressar ao jardim para amanhecermos dentro dos frutos maduros no vértice de explodir para Princípio de Êxodo sem deserto...  


Friday, March 1, 2013

atmosfera de Inverso

o granito contra as pétalas, as minhas quedas de obscuro querer de mais as emoções básicas e os meus renascimentos de obscuro querer descobrir tudo o que contradiz as emoções básicas... respira, respira, respira, respira o fogo acabado de plantar com as raízes gritantes a vibrar nesta atmosfera de ar Inverso... com todas as aves a voar à flor do Obscuro Desejo que começa lentamente, em segredo, a subir da lua até à boca. Onde outra língua e outros lábios começam o Desejo de Desejar. Compreendes a ondulação, Carinho? Não me morras esta noite, porque...