Friday, November 29, 2019

Memória


Uma memória grita um Comando de Sentir 
a Luz desobedece à Rede do Mundo
Outro Amor cega Tudo
sem angústia
nada
somente dom


A fronteira do corpo concebe um tronco de silêncio
a Desordem da fala entra no Limiar
face-a-face à Hora da Evidência
um barco chega e aporta
nas mãos 

ata-se e desata-se um Verbo no tronco mais Nu
(somente se   e tanto se)

Outro Amor mais Nu ata-se e desata-se com Desordem
Incêndios na Fala 
na fronteira de Verbos
(se   e somente se)

Outro Amor mais Nu
escreve no ângulo Oculto 
o Livro a Voz o Vetor da Desordem
Incêndios na fronteira 
na flor mais Livre
que queima os lábios até ao Fim
sem angústia
somente
dom

Tuesday, November 26, 2019

Eros-Poiesis-Kosmos

... : Eros - Poiesis - Kosmos : ...

Um Único Manancial

Subsolo mineral
...
Água

Linha de água em Tudo


Eros - Poiesis - Eros - Kosmos -

Acontece chuva humana

água flui sentido

desde o Sol até ao Húmus


Kosmos - Eros - Poiesis - Eros

Acontece sol humano

fogo flui sentido

desde a Ideia até ao Músculo

Deserto-em-Fusão-de-Desejo

neste Tempo expectante 



Poiesis - Eros - Kosmos - Eros -

Acontece vento humano

ar flui sentido

desde a Verdade até ao Sangue


Na Terra o Desejo elabora Ondulação

uma Ânsia Fontal acontece

em Tudo uma linha de água escreve


Outra Ânsia sentimos tanto na Diagonal

Ânsia de banhar a Liberdade 

no coração da Fonte das Forças 

Aliadas e Contrárias

Eros - Poiesis - Eros - Kosmos - 


Ser o mesmo rio e o outro rio neste Subsolo mineral de nós

durante um Único Manancial um Só Instante 
a Espiral Única  a Ânsia Única 
a travessia infinita da semente
Ser a mesma boca e a outra boca nesta Ideia-ou-Músculo
porque Creio porque Duvido porque Creio

a Ondulação da Verdade multiplica o Possível
altera o Corpo-de-nós 
altera a Fusão-de-nós
o Infinito toca na Língua de Tudo

Kosmos - Eros - Poiesis - Eros

Primeiros Caminhos


Sempre que os nossos peitos confiam na Ondulação
O Sal de Angst desfaz o seu Todo
os seus grãos densos perdem a guerra

Vence o perigo mais corporal na espuma da Confiança Superior
Somos mais jovens do que o Sol: Começamos beijamos 
outro Texto de Aves na praia

Sempre que a canoa a jangada o corpo confiam no Mergulho
O Sal de Angst desfaz o seu Todo
os seus grãos densos perdem a guerra

Vence o perigo mais íntimo na espuma da Liberdade Superior
Somos mais jovens do que a Manhã: Começamos beijamos 
outro Canto de Enigma na praia

Sempre que os sentidos trabalham o Tempo no Mar Alto
O Sal de Angst desfaz o seu Todo
O Sal Todo desfaz Angst 
Desfaz Sal Todo Angst

Vence o perigo mais denso Onde a Praia oculta Floresta Anterior
Somos mais jovens do que Sonhar Plenamente: Começamos
Recomeçamos o Beijo a Página a Face o Interior  

Onde o Tacto vibrante expõe ainda os Primeiros Caminhos
uma Hora duas Veias 
um laço entre Nós
O Sal de Angst desfaz o seu Todo
Ainda nascemos Noite Ainda salvamos a Nudez de Kaos
O Sal de Angst desfaz o seu Todo
Vence o perigo mais Indefinido Onde Ainda 

Saturday, November 23, 2019

Tambor no Coração


um tambor bate no coração 

um rio  corre no coração até às mãos e entra no mar do tambor e toca no Fundo
e vibra no Fundo e ataca a Pele Viva deste Mundo 

 A Pele do Mundo é outro Reino 
que se aproxima do Éden-Vácuo
outro Reino no Deserto Onde as crianças 
consolam mais do que Deus  

um tambor bate no coração 

um rio  corre no coração até às mãos e entra no mar do tambor e toca no Fundo
e vibra no Fundo e ataca a Pele Viva deste Mundo 

Thursday, November 21, 2019

Sinal de Sol


há sempre uma montanha no meu horizonte

imagino sempre um Sinal no Sol para acalmar a minha Dúvida que vem de Longe

desde a primeira sensação de desequilíbrio 

uma Flecha de Luz desce a montanha em mim
explicando a diagonal do Amor-mais-inseguro
um terror de Infância desce sempre Aqui

Quem lança A Flecha de Luz que origina Outra queimadura de Amor-mais-sábio?
A minha Alma pergunta ao Corpo a Hora da Ponte das Flechas.
É a Hora exata do Equador do Sol. 
Não compreendo. Ainda o Vácuo de Tactear.

Quantas Horas nossas são agora 
no Equador do Sol?

Quantos passos nossos mede agora a Ponte?


Quantos corpos nossos duram agora
na Diagonal dos Desejos
no Equador do Sol?

Quantas mãos nossas seriam capazes de mergulhar no Equador Genital do Sol e acenar para Além-Deus?

Quantos peitos nossos poderiam nutrir o Vento de uma Urgência de Travessia?
Quantos peitos nossos poderiam agora
unir-se na mesma Respiração?

Quantos peitos nossos salvariam o Mundo no Fim do Vento?

Quantos peitos nossos fariam outra Lua Nova numa natação obscura numa febre submarina 
em torno desse outro Dilúvio de Sol 
tão corporal tão sanguíneo tão rochoso tão vertical tão penetrante 
desvendando agora Angústia do Êxtase?  


sinto sempre a ondulação livre da montanha 


sinto a Parábola da Flecha a visar o Peito
sinto a Parábola do Infinito
o Perigo Infinito da Flecha e do Ar Aberto
no meu Desejo-de-Ir-Contigo 

Tuesday, November 19, 2019

Plasma


Antes de compreender quem somos, quem poderemos ser, compreendo a Possibilidade do Incêndio e da sua Chuva inflamável. Somos a Possibilidade de Arder e a Certeza do Plasma. Hesitamos entre catástrofes solares. Envolve-nos uma túnica de relâmpagos e tocamos na raiz a Verdade da Cinza. 

O meu corpo exclama um caminho de terra vermelha para chegar ao teu peito e inspirar contigo outra Manhã que vem do Futuro até ao sangue deste dia que se levanta como a Semente através da Verdade da Cinza  

Na Língua, surge uma ideia ardente dentro da Força sonora e rítmica do corpo livre que primeiro exclama depois interroga a terra em nome da Água corrente

Sinto a paixão secreta da Selva nua com Ondas Noturnas de Pássaros que fazem um bando de ânsias e outro bando de estridências e outro bando de Quase-Nada, somente um Vetor que vem do Futuro para inspirar e abrir o peito dentro da Semente através da Verdade da Cinza   

Wednesday, November 6, 2019

A paixão da semente


(Mulheres. Viajamos sozinhas para estudar a paixão da semente: há-de começar um ciclo de Noites intensas enquanto a semente delira o seu processo, outra irrupção corpórea. Cuidamos Mulheres a paixão da semente, os avessos de cada exclamação)

Sou ávida
venho comer o nó vital da semente
talvez Alma-com-Terra comer na semente

Sou ávida Desejo ávido de lama quente 
após uma chuva no Equador da Inteligência 
uma chuva quente de sementes e lamas 
neste Corpo-Capaz-de-Mundo

Sou ávida sou mais
sou mais ávida do que o enigma da fome
quero somente as sementes comer
sementes e lamas comer para o meu Equador
a minha Fome Primeira a Fome mais inicial
a Fome mais Original antes de falar esta língua nossa 
porquê? 
Ser-e-não-ser a Violência nua d'Isto 

a avidez 
a lança sou da semente que dói em mim 
dói no segredo dói tanto

sou ávida ainda 
mais ávida do que Eu e Tu e Nós
sou a Coisa Ávida no meu segredo
a Boca-Capaz-de-Tudo 
venho beber o Processo inteiro da nudez

quero somente a impossível lança da semente
o infinito caminho da Luz que faz Génese 

a Energia abissal eu talvez sou não sei 
dolorosa talvez tão dolorosa quanto o Ar
Porquê? Como?
a semente pode respirar no Fundo da Fome

sou a Energia que vibra no enigma da semente aqui
a própria aqui eu nesta língua nossa 
sou ansiedade da Avidez
as próprias ondas aqui eu sou ondas que batem tanto
Porquê? Como?
batem ondas no Processo 
no Obscuro-Onde-Irradiação-Plena-faz-Génese. 


(Mulheres do Princípio. viajamos sozinhas e estudamos os Códigos: Porquê? Mulheres exclamamos no perigo: somos as contradições ávidas das sementes. Ainda confiamos nos caminhos marítimos, ainda vibramos mais alegria do que Terra Firme)

Tuesday, October 22, 2019

Dar o Coração

Dar o Coração ao Fogo

ao Absoluto Fogo do Primeiro Desejo


Dar o Coração ao Vento do Fogo para sempre
Compreender a Origem Integral do Ar


Sunday, July 7, 2019

Uterus beginning Earth


when a nomadic young woman 
says This Body is Real
She opens the desirable Spring
writes against war
discovers the power of generation 

she touches the intimacy of wilderness

she holds the Possible-within-us 
while moving towards the Garden-within-Desert
she holds the Truth of Animals bleeding and healing 
our wounds
and the Truth of Green Leaves bleeding and healing
our  

This is the Moment
she is the Spontaneous blood of Everything 
on earth 

a nomadic young woman says I drink mud
I love my vibrating Uterus
with the strength of its new understanding 
the understanding of taproots and groundwaters

she understands at last the beginning 
of the Possible-through-melodies 
she comes from the temperatures of flesh
she arrives at the Deep Pathos and dives into dragins
 Beyond-within-through disappearances...

Falling in Love is always and never self-evident
Truly I believe 
without melodies of flesh there is only madness

you ask the Surprise and the story of forgetting  
and colapsing

the freedom of Uterus feels the Affect Waves
screaming and firing in middle of the river

I believe in fresh mud 
my Uterus believes in the Truth and Art of rivers 
there is the absolute freedom of Uterus
touching the freshness of primal Mud

my perspiring Uterus offers red salty mud
to Your Mystery 
the clay of Genesis flowing from these vulvae
these vulvae of mine

my perspiring Uterus improvises 
drums and brass explosions
Adam is my future son 

my lips run to Unknown
burning codes
sharing fruits 
sugar

Tuesday, April 30, 2019

Há Caminho: Desejo de Mar


Há Aqui Caminho
O medo não existe
O desespero não existe

Há Aqui Caminho desejando Mar
aqui dentro  em Alto Mar

enfim não sei dizer Porquê nem Como
a audácia na proa da Liberdade
desencadeia aqui dentro esta Força de  Supernova
não sei Porquê as vogais do Mar aqui dentro são Caminho
Desejando Mar  face-a-face  corpo-onda
Não sei Como as vogais do Nome em Todos os Nomes
escrevem a ciência da Ondulação
Não sei Onde  no Fim  começa

a Árvore do Mundo começa
em Alto Mar
Desejando o nexo das veias
a Inteligência de Sophia na Inteligência de Eros
talvez impossível neste século tão instável
o primeiro século da Nova Era da Pele

a Árvore do Mundo começa
não sei dizer Floresta
carbono noturno  oxigénio diurno
primeiro pulmão
nunca nada ninguém
se salva longe da Árvore

a Árvore do Mundo começa a chover  a Cantar
escrevo porque quero amanhecer na Voz
dizer  a Tensão essencial  não sei dizer
Amo-Te  não sei dizer  ao Meio-Dia
não sei dizer  Amo-Te  em Alto Mar
aprendo somente pulsação
de Amar-Te

o Amor inventa Tudo
o vapor a nuvem a rocha a neve
aqui dentro inventa Tudo

escrevo porque não sei porquê nem sei como
acalmar as águas e a sede das águas e a força nua das águas
aqui dentro não sei Nada
sou a escrita do Livro da Ignorância desde o chão ao teto desde a fonte à foz
porque Eros e Sophia inventam as suas Línguas de Silêncio
aqui dentro na Nova Era da Pele

Monday, April 15, 2019

Porquê escrever?


1. Porquê?
Porquê escrever?
Porquê cantar o sonho do Poema-de-Metamorfose?
Porquê dar a vida à Exclamação no mistério dos símbolos?
Porquê fazer penumbra e nexo de penumbra na Voz clara?
Porquê insistir no Desejo de Sentido?
Porquê acreditar na respiração?


2. Porque sou um pulmão abissal. 
Sou uma Mulher primitiva desde antes endoderme.
Compreendi a urgência da metamorfose como caminho
para uma mulher voadora em mim

O meu arco o meu laço o meu nexo é Tudo aqui
desejando perdidamente
mar
porque na loucura do deserto
na densidade da matéria vermelha
Tudo é um arco tenso armado visando o Coração
Tudo é um Projeto de flecha visando a Metáfora

A mulher voadora em mim converge para sonhar
Sonhar indecifrável
Imaginei o corpo tremendo
Corpo indecifrável
durante um sonho onde as areias
redemoinham e pousam no vértice da loucura à flor da pele
expõem as máscaras mais fundas
desde o hidrogénio primitivo 
desde a endoderme infantil

Sunday, April 14, 2019

Poema-da-Metamorfose


Senti a ansiedade do sentido
a ansiedade de ser Poema desejando fazer sentido
Senti a ignorância de transformar o sentido e o sensível

Imaginei as mulheres voadoras através do deserto
os cavalos das mulheres voadoras através do deserto
no esforço no limite quase cinza quase nada
desejando perdidamente
mar
Imaginei a carne dos cavalos das mulheres voadoras
atingir o oceano após milénios de labirintos nas areias
desejando perdidamente
mar
Compreendi a urgência da metamorfose como caminho
para mulheres voadoras

O meu arco o meu laço o meu sexo é Tudo aqui
desejando perdidamente
mar

porque aqui no umbigo do Tempo
Tudo é um arco tenso armado visando o Coração

Thursday, March 28, 2019

Lilith B. Dawn


Her Life is the Freedom of Creating
through the Open Blackness of Matter 
through the Explosion of Dawns

Her Hour is Now the Body where
infinite milky ways are calling
More Matter More Possibility 
than this One 

Wednesday, March 27, 2019

uma árvore no coração


uma criança fala com pássaros
sobre a Ideia do Ninho e do Ovo e do Voo
a criança expõe o seu Desejo de Saber
de onde vem a primeira árvore 
onde se constrói o primeiro ninho
para onde vão os ramos e as sementes 
da primeira árvore
para onde se lança o primeiro voo

uma criança interroga a direção do Tempo 

Tuesday, March 26, 2019

o enigma do jardim


o enigma floresce no jardim

as mãos do enigma crescem nas árvores

o peito do enigma faz uma Aliança Connosco

tu chegas aqui à unidade e ao receio da unidade
vens por dentro desta vegetação 
e transpiras novamente
tão novo o Tempo

o enigma sopra a brisa que vibra nas folhas do jardim

escreves um relâmpago na rocha
em nome da Evidência e da Ignorância
em nome da Fúria Apaixonada de Agora
em nome de todas as mãos do enigma
as mãos que ardem e ardem e ardem
novamente
tão novo o Tempo
nos lábios
a Transpiração de toda a Superfície da Vida
novamente
desde a rocha
como se Enigma fosse sentir o Cântico Novo do Feminino 

Desejamos acreditar que Tudo é fruto e caminho
todo o Kaos e Kosmos é o mesmo ciclo 
de rosas brancas e vermelhas 
que nascem e nascem e nascem 
novamente
tão novo o Tempo 
nos lábios

Desejamos uma combustão no sangue de Tudo
Desejamos Cantar o Cântico Novo
no rumo do Relâmpago
novamente

o Enigma tem o Idioma Feminino da Criação

os sinais do Enigma sobem livremente  
até acontecer a tua voz e a tua língua 
na minha voz e na minha língua
até acontecer aquela temperatura na boca
Meio-Dia no Vertical Desejo de Liberdade
Esperança de Contacto novamente
  no rumo do Relâmpago
a vitalidade da chuva longa
a inundação do Tempo
até o corpo ser um sinal de paz dentro da noite mais líquida
para amar a Desordem sísmica do Idioma Feminino
um desafio um perigo uma natação
uma verdade ofegante 
novamente
tão novo o pulmão do Tempo
o peito do enigma 
no rumo do Relâmpago
as mãos navegam e buscam 
o Corpo Mais Oriental  

Thursday, March 21, 2019

Maria de Mar


Sonhei tanto uma filha uma Menina do Mar
capaz de compreender a Paixão Oceânica da Lua

Agora sei que Aconteceu Maior milagre do que sonhar
Nasceu uma Menina que respira e mergulha e canta 
ao ritmo da Ondulação que vem do Princípio 

Maria mergulha inteira na onda
no arco da onda
na alegria do arco da onda
na música da alegria do arco da onda
e o mergulho de Menina inspira a onda
e desdobra no Ar a Arte de Voar

A alegria da Maria no Mar é outra Lua cheia
que desenha Ondulação na plenitude do Corpo-Manhã 
que chama todos os pássaros da praia para o Invisível 
que fala a linguagem espumante do Golfinho 
que prolonga a cintilância do Primeiro Sol do Atlântico

Maria explica a Claridade da Alegria
mergulhando para Sul-mais-Infinito
repetindo a Origem Azul do coração
na plenitude do Corpo-Manhã
mergulhando entre nós 

enquanto somos a paz do Mistério
meditamos a Luz no círculo aberto do Espanto
na linha e no texto do Espanto 
na mão e na brisa que une Tudo entre nós
a Respiração
a Ondulação
 uma gaivota entre nós dentro do Espanto vem aprender
 e gritar cânticos verticais infinitamente 
mergulhando na alegria do arco da onda
infinitamente novos arcos dentro do Corpo-Manhã

Acontece Maior do que sonhar a Arte de Voar entre nós
talvez Amar de verdade Acontece no arco da onda
na Alegria do arco da onda
Onde  Quando
somos sempre novos arcos 
nova linha de espuma  

aqui aprendemos o Princípio da Vibração
Onde o primeiro ovo aquecia no milagre pré-natal

aqui regressamos na Paixão Oceânica de Maria
à primeira Paixão do Criador
chamando pela Vida

Wednesday, March 20, 2019

Jazz of Desire


There is a tree at the heart of the Garden.
the tree the heart the garden
Dare not forget
Dare not forget

a kiss of brass and drums
a kiss of tones and bones
might save you

there is Language confusing Language
tormented handwriting
trembling lips
you never know how much loss
and mad songs still to come 
Believe not in the Fall
Believe not in the Fall

God meant other Fable
other Fabulation
otherwise than Fall
in peace with our flesh
God loves carnal fires
in the Garden
the tree the heart the garden

climb the fire till the Poem where God explains the Mystery
climb the fire till the branch till the fruit 
climb the fire
This is the Method
the fruit explodes here 
so anxious
the world becomes
mouth
carnal windstorm

Friday, March 15, 2019

Desejo da Ponte


Uma ponte de corda sobre o Abismo 
entre Margens Possíveis...
entre Alfa e Omega? entre Nada e Nada? 
entre Zero e Infinito? 
entre Infinitos Plurais 
e seus êxtases abertos em expansão?

Atravesso a ponte 
sinto o vento da exclamação e da interrogação
Acontece no corpo vivo a criação da ponte e da travessia.
O meu Corpo Deseja esta Ponte
mas estremece sobre o Pensamento do Desejo.

O poder de Eros perturba a Compreensão 
a Arquitetura da Ponte... 
Porquê Haver ou Ser uma ponte de Desejo neste mundo talvez sem margens? Qual a matéria-prima deste meu corpo atónito suspenso na força do movimento talvez sem âncora? 
Sou o Desejo contra o Fim? Sou o Desejo que imagina e que constrói a ponte? Sou a travessia? 
Sou onde   Sou quando   Sou porque  Sou se  somente se?  aqui
somente aqui  se descobre o Tempo de Desejar uma Aliança? o esplendor noturno da Aliança que imagina que desenha que constrói a Ponte para o Desejo de lábios estrangeiros? teus lábios estrangeiros falam sobre o Desejo da Ponte
Outro mundo talvez

Um grito de paz chama o teu nome para além da minha língua tão ignorante. O Desejo da Ponte é a Ignorância que canta por Ti com vogais marítimas somente vogais abertas pétalas do mar espuma do mar talvez Outro Oceano por Onde vamos para cantar somente vogais
Chamar-Te  no antigo Espaço Absoluto 
Acredito no coração do aço da corda do sopro que me lança a ponte que me explode a ponte que me obriga ao Limite.

Eros conhece todas as matérias-primas e suas químicas. Eros cruel não comunica a luz da sua Ciência. Sinto a ponte de corda a ponte de aço a ponte de carne a Ponte Total inclinada para a face e para o fruto talvez. Acredito que o Desejo da Ponte constrói a incógnita a primordial incógnita
dentro uma chuva uma outra chuva 
com seus pássaros de espuma 
erramos 
entre todas as margens