Tuesday, August 16, 2022

Tudo, Nada, Algo


 O poder de aniquilar e o poder de recriar:
o pulso novo da areia viva,   
a Era do Oceano.

Sunday, August 14, 2022

Sinais de passagem


 Os pés no chão, na areia húmida marítima, são uma possível prova do Mistério da Passagem.
A matéria do corpo encontra a matéria do mundo e acontecem Sinais da Aventura que dura um instante durante a passagem e depois do fim. Entre o fim da aventura e o fim do Sinal é onde a Sabedoria procura compreender-se. Porquê permanecer sensível o Sinal? Que significamos?

Na areia da praia, permanecem os sete dias da Génese na duração dos sinais, entre duas ondas. A primeira manhã do princípio regressa sempre na onda seguinte. Porém, no infinito da ondulação, o corpo da praia e do mundo é uma infinita metamorfose, ligada às forças de Tudo, desde o núcleo da Terra e da Lua, até à radiação do Sol mais futuro... Somente o vínculo de tudo com tudo explica este primeiro Poema de Amor, primeiros grãos de areia nos lábios, procurando ar para começar a respiração e seus incêndios.
     
A matéria dos Sinais de passagem é a pele sensível do Infinito tão vulnerável, tão carente, tão vibrante no regresso à Fonte e à Espiral expansiva da Fonte. O Infinito renova toda a Poesia entre duas ondas. Talvez exista uma memória subtil, na essência da areia e do mar, que protege e interpreta todos os sinais húmidos que se apagam sempre jovens na onda, sempre jovens nos lábios.
 
Vulcões oceânicos fazem falésias de rocha, falésias que fazem grãos de areia, grãos que fazem Poema-no-peito, Poema sempre na infância do próprio Mistério, na infância da própria Mãe, a Génese livre dos Sinais nos lábios, procurando o espaço corpo-a-corpo, procurando o ar boca-a-boca, procurando a respiração e seus incêndios, entre o Perigo de duas ondas, a Revolução de duas ondas, o Infinito sob o Impulso...  

Entre duas ondas, a infância da Matriz prossegue a criação de energia onde a nudez dos pés passa e significa mais do que passar, pertencer à ondulação e à metamorfose de Poesia e a metamorfose de todas as forças na história do verbo Amo-Te, o verbo da História de Poesiar Infinito.
 
A história do Amor dura neste instante, nos Sinais de passagem e nos Sinais de criação: os mesmos Sinais-de-Desejo, perdurando na profundidade deste instante.
 
As pegadas nuas duram os sete dias da Génese, sete segundos, uma respiração pacífica, entre duas ondas. Depois, a unidade entre a Matriz livre e a Infância infinita encontra o canto original.

Os Sinais aprendem a sintaxe dos movimentos expectantes, desejantes, originantes. Imperfeita sintaxe do verbo Amo-Te, imperfeito abraço na história, os sinais sofrem as tensões das forças que atraem à distância. Tanta força circula nas veias dos Sinais, tanta força de destruição e de recriação, necessitando sentido, navegando através das espadas indefinidas, gritando liberdade ou loucura, tudo ou nada, no quadrado da distância e no inverso do quadrado da distância.

Sinais-de-Desejo desordenam a linha do Horizonte.
Um grito oscila: grito de paz e grito de guerra, sob impulso de Conceber-e-Construir.
  
No horizonte dos arquitetos e dos construtores, ocultam-se sempre medos de abandono, dentro do medo infantil do escuro, não obstante a Claridade da Sabedoria ao meio-dia. 
Os Sinais estremecem: é o outro medo inesperado de partir sem chegar à Poesia materna, medo do Fim crescente, acelerando no vácuo, acelerando nos planos inclinados de ser-e-não-ser, devir, entre duas ondas maiores do que meus olhos, acelerando no quadrado elíptico da distância e no trapézio inverso do coração e no losango em espiral das outras forças... 
Os Sinais partem e desejam partir na confusão da alegria originante. Assim,  as pegadas da história do Amor mostram, falam, desenham, escrevem, significam a passagem singular pela substância mais futura do Sol.
A alegria alcança o Sol futuro (ainda, contudo, no medo do escuro): Contacto evidente entre o Infinito e o Mundo.
Sinais-de-Desejo desordenam as linhas no Poema-do-peito.

Todas as infâncias partem para vencer o medo de partir e de perder. Depois do perigo da partida, começa o perigo do regresso. O lar é a Desordem-da-Terra, sob impulso de recriação constante. O lar é nas ilhas vulcânicas - horizontes anteriores à memória da partida. A alegria projeta a velocidade da passagem entre duas ondas, dois códigos, uma sintaxe de Verdade, um tacto transformante...

Os sinais da passagem oferecem o corpo ao mundo para a ficção de Poesia, infinitação sensível da Génese. 
Cada sinal no espaço desenha a a passagem do Infinito aqui, no sangue da paixão da Claridade e da Obscuridade. Fazemos sinais contínuos, entre duas ondas. Prometemos sinais novos, para além-Deus. 

O corpo toca na ondulação de Poesia, através gerações de silêncios encantados sobre a pele amada que aquece na fricção da pele amante. Inventamos códigos para além de terra, água, fogo, ar... inventamos os deuses criadores e a matemática da Criação e a música radical da paixão, onde a angústia-de-Indefinido dança nuamente com a Vertigem-de-nascer
 
 Entre duas ondas, os sinais da passagem significam o trapézio de Poesia... Tu nasces sempre, Tu morres nunca. Tu assinalas mais-do-que-imaginas. Tu podes mais-do-que-concebes. Tu realizas mais-do-que-prometes ou projetas.

Profundidade de durar na história do Amor: 
Para além de terra, água, fogo, ar, vibramos claramente na Meia-noite mais densa. 
Fazemos sinal com fome e sede e todas as carências transformadoras: corpo inteiro significa aproximação-de-Princípio, alguém-encontra-alguém mais dentro do que dentro. Possibilidade neste mundo: Alguém-toca-Infinito, aqui, em movimento.

Friday, August 12, 2022

Becoming water


 

God and Life Becoming One

Eros Becoming Kosmos


so vast and silent 

in my tongue

Love is becoming water 


(and Thirst so alive and whole

is the Mystery of Becoming fluidly Capable of Love

and thirsty Body so mine and thine

is one immense Tension

fullness of wings Becoming wind)