Monday, May 18, 2020

Medo da lágrima sob a Ponte



. Sobre o medo da lágrima

 

 

uma gaivota é uma metáfora de outra Alteração

e cada símbolo gera outro símbolo... a vida embarca em símbolos…

a vida escreve  desenha  esculpe  símbolos à flor da pele

 

os símbolos noturnamente trabalham sobre o medo

na espiral de sonhos novos

a arte dos símbolos e a arte dos sonhos incendeiam o caminho

surge  o afeto  o motor do afeto e seu ruído sem Fala

vozes de animais dentro de animais

a devastação confusa da lágrima

Alteração de Ritmo e de Espaço

Corpo-a-Corpo  cada Símbolo vive Aqui  Desejante  Nudez no seio

cada Símbolo arde Aqui  afeto Desejante  Caminho Onde Porquê?

o Amor descobre Onde Porquê a falésia gera Símbolo-nu-Corpo

perseguindo a Desejante perseguição

dando a vida nua ao Mar

de gaivota em gaivota... mergulhando Símbolo-nu-Corpo

outro fogo florestal cerca a casa  sopra outro vento nas copas

 

não tenho medo da lágrima... chorar abre a respiração…

a lágrima lava os olhos e os textos... fica tudo mais iluminado...

o medo de florir. o medo de demolir. o medo de abrir. o medo de partir. 

o medo de ferir.

todos os medos soltam as âncoras na fome de encontrar-Me

escorrem Aqui na Desordem dos laços à flor da pele


Thursday, May 14, 2020

Hora de Viagem



Como mulheres escravas manietadas, 
as minhas viagens entre Meia-noite-Meio-dia 
são Alteração irreversível na nudez.
Cada hora de viagem bate, cresce, morde, 
queima, ensina, abre, 
sopra… Fica tudo
escrito no corpo, para sempre. Dizem que passam horas, 
mas não passam nunca,
as horas são forças geológicas, põem-se
 e sobrepõem-se, geram paisagem
sobretudo montanhas e abismos: a pele do espaço.

As horas nunca passarão. Se passassem, o mundo
não seria esta hemorragia
que não para de submergir-se a si própria. 
Se as horas constroem
ou desmoronam, obviamente ninguém sabe, 
mas sabe-se que não passam.

Não passam nem nunca passarão. 
Que horas são? Que tempo faz?
A pele nua interroga, a pele nua responde.

Está escrito dentro.
No Sol mais fundo da Derme

(o palimpsesto cresce Biblioteca
estratos infinitos de sentidos
entre a Epiderme e o Absoluto)

Tuesday, May 12, 2020

Sobre o medo da lágrima




Sobre o medo da lágrima

uma gaivota é uma metáfora de outra Alteração
e cada símbolo gera outro símbolo... a vida embarca em símbolos…
a vida escreve  desenha  esculpe  símbolos à flor da pele

os símbolos noturnamente trabalham sobre o medo

na espiral dos sonhos
a arte dos símbolos e a arte dos sonhos
 devastam o caminho

surge  o afeto  o motor do afeto e seu ruído
 sem Fala
vozes de animais dentro de animais
a devastação confusa da lágrima
Alteração de Ritmo e de Espaço

Corpo-a-Corpo  desejando Onde Porquê o Desejante caminho
perseguindo a desejada perseguição
dando a vida nua ao Mar
de gaivota em gaivota...
o Amor descobre as falésias Onde Porquê o Desejante
o caminho sobe Corpo-a-Corpo até Onde 
escorre o espaço  a Desordem das forças sem Fala
os laços à flor da pele projetam uma Fonte na Hora Inflamável
a aflição da lágrima respira ofegante ao Meio-Dia
o persistente Dom-da-Vida agita-se nos seios

outro fogo florestal cerca a casa  sopra outro vento nas copas

não tenho medo da lágrima... chorar abre a respiração…
a lágrima lava os olhos e os textos... Tudo mais iluminado...
o medo de florir. o medo de demolir. o medo de abrir. 
o medo de partir. o medo de ferir.
todos os medos soltam as âncoras 
na fome de encontrar-Me
escorrem Aqui na Desordem dos laços 
à flor da pele