Friday, December 30, 2011

from dust to dust


kissing cannot one alone

my body is humus and rain worth digging and planting deeply

your wings disclose the fruit and let burn the unfinished touch
till nothing but a bleeding second within
wound on every node of flesh and disgrace

Thursday, December 29, 2011

O álcool puro de Perder-se


Perder e perder-se: tem álcool puro que desfaz os nós entre quase-nada e quase-nunca.

Um deus menor escreve-me coisas no sangue para se entender com um demónio recém-nascido: nessa escrita, injetam-me a memória dos pretéritos que não foram, as promessas quebradas, porque ninguém pode superar a catástrofe sem atravessar a catástrofe.

Há uma arte de perder e perder-se e repousar depois das montanhas recusarem o milagre.

Um outro deus menor lança montanhas no mar. lança-se. depois de beber um remoto grito de pássaro. e o rio segue para dentro do peito do nadador.

Wednesday, December 28, 2011

não só de pão vive a boca


beijar não se pode só
faz dois nadas de um tanto

nem só beijar se pode quando se pode beijar
não só

Thursday, December 22, 2011

down-ground-sound


the sound of ours falling down, hitting the ground, has no vowels

nothing but foam
maritime foam fiber foam nerve foam
purple white and light red deeply mixed while boiling
sea water and sea blood over boiling while
foam of bodies from the beginning till now
the last remains of someone looking for someone

nothing but foam of ours hitting the vowels
groundless sound of ours

Wednesday, December 21, 2011

die Sprache in Panik


Liebe und Arbeit. Es gibt Feuer. Wahrlich Feuer und Stamm, mein Herz im Brandfall. Ich denke an Gott und ich bin verloren, von Antinomie nach Antinomie, immer schneller.
Dein Herz ruhe bewahren, dass muss ich tun.
Von vielen Wassern will ich vergessen durch Fleisch. Keine Spiele ohne Blut und Not.
In der Not ruf das Herz. Vor deinen Augen suche ich eine Bibliothek von Haut. Bis auf den Grund erkenne ich bein Berg. Wieder spielen die Gottlosen in der Not.
Dein Wort sprach von Haut unter oder oben. Unserer. Ohne Welt, sondern die Krakt. Das ist grosser als ich, als uns. Die Kraft der Zeichen. Ich gebe dich das Beginnen.

Niemand wartet. Du hast Worte von Anfang. Zu dir kommt mehr Durst. Brot von Haut wirst du. Nie mehr hungern werden. Vom Himmel. Rufen und antworten.
In der Unterwelt findest du nicht das Land, wo oder wann oder warum. Du schaffst den Orion immer wieder, ohne Nichts zu fürchten.

Erste Prüfung. Eines Tages geschah es, dass meine Sterne oder Hände Nichts fassen.
Zweite Prüfung. Eines Tages geschah es, dass meine Sterne Nichts. Punkt, Linie, Plan.
Dein Wesen stimmt jetzt. Der Tag meiner Geburt war der Löwe, die Sprache in Panik, das Flüstern einer Schöpfer.
Ein Psalm singt von seinem Berg. Sieben Söhne und drei Töchter im Winden gleichen Blätter.

Wildfire in the Dark Forest: Zur Abgründigkeit und Leidenschaft




Ich bin das Licht, der Weg, das Leben. Ich kenne Nichts, ich gebe dir meine Blindheit, meine Frakture, um mich zu richten oder heilen. Unterwegs war der Gesandte. Durch Augen heute macht der Krieger blaue Musik unter Druck. Ballett weint und weint vor Sonnenaufgang.

In Zeiten des Schweigens. Hört mich niemand? Kein Gesicht? Keine Sekunde? Gibt den keiner, keiner Antwort? Keiner Verzweiflung?

Meine Generation sucht nach Elemente, um Brise, um Wellen, zu folgen. Ja oder Nein? Überleben wir? Die Prognose ist finster. Alles ist Maske, der Tod auch nichtsein vor der Tür. Ja oder Nein?

Eva kommt ins Bett zurück. Die Verführerin ist noch nicht geboren. Ohne Leib soll der Tag sich in Nacht verwandeln, als Liebestrank. Nie zuvor wurden die Gesetze der Verwandlungen so musikalisch.

Neue Impulse setzen und gestalten, immer wider, in dieser Spielzeit, in einer Inszenierung von dringenden Türen, es frisst meine Haut. Ich selber werde das Schreien.
Anderen hat er geholfen; er helfe sich selbst, wenn er der Messias ist. Die Gefangennahme bringt die Prophetin. Sein Fleisch verwest mir unter meiner Haut.

Was ist das Gefühl der Extreme? Welche Erfüllung is vielleich oder vielleicht oder vielleicht nicht? Warum habe ich immer tiefere Abgründe? Fühlst du der Sinn nach Sinn immer schneller immer sexueller? Weit entfernt bin ich wohin, absolut, leer, wohin. In Räumen fahren Frage
warum?

Diálogo com espuma


alguém em busca de alguém em busca de alguém em busca de alguém em busca de alguém até ao Sem-Fim da busca com os olhos a delirar sete dias mais um, sete batalhas mais uma, sete desejos mais um, sete luas mais uma... imperfeitamente... in indefinitum...

do outro lado da terra ou da pele, vêm outros buscadores buscando alguém que busca alguém que busca alguém... imperfeitamente... in indefinitum...

os corpos dos buscadores dissolvem-se lentamente em espuma... primeiro as extremidades, depois os centros... mas a busca é indissolúvel... tem um núcleo de metal pesado, tem coágulos de sangue petrificando em incertas veias entre o coração e os pulmões... tudo se resolve em espuma, embora a busca persista irresolúvel como o enigma do Sem-Fim...
tornarem-se os buscadores de alguém que busca alguém que busca alguém que busca alguém... imperfeitamente... em espuma... estes corpos estão sempre no instante em que um mundo possível vem a ser e outros infinitos mundos possíveis permanecem vagamente espuma de outros futuros... são o fenómeno do mar...

alguém busca alguém que, em incerto instante de espuma, busca nada, busca nunca, busca ninguém...

a mesa posta na cama, a cama posta no teto, a casa posta no obscuro... fui à espuma e fiquei... confundi a massa do mar com alguém que busca alguém que busca alguém... dormi na areia a alegria de naufragar...
sete ondas mais uma, sete sereias mais uma, tendendo para aquele limite X: menos infinito... é isto morrer e renascer das águas com a melhor espuma de todos os buscadores que em busca de alguém adormeceram em nada, nunca, ninguém... só acordaram depois do dilúvio, quando todos os animais enlouqueceram transformados em espuma... primeiro as extremidades, depois os centros...

passei toda a juventude em bibliotecas. conheço as maiores e as mais babilónicas do mundo. lembro-me da insónia da busca. dos olhos ferventes, página após página, expectantes de Alguém, após uma página e outra e sete mais uma.
de nenhuma página explodiu o corpo nu de Alguém que buscasse absolutamente.
perdi o sentido dos sinais e perdi-me nas suas esferas fechadas.
hoje, prefiro o relento e muita espuma de nada, nunca, ninguém.
amanhã morrerei melhor do que hoje.

Monday, December 19, 2011

the end of the season


even angels have bodies with unstable temperatures.
angels and winds blow intensely from the inner truths of early birds.
the contrary multitude of perspirings follows nothing yet. a vein still to open between this and this. imaginary wilderness. fear against desire. the primitive force or the law. so that the unfulfilled possibles talk with those angels alone. while the fire expands and sings the circle. infinite lines of infinite possibles. in the same blood. despairing of life and miracle. at fullest

sonata ao luar ou aprender a metamorfose



imóvel, a flecha atravessa uma cratera lunar.
uma língua de fogo fala do mundo como de uma mulher grávida, nos últimos dias.
o Absoluto aproxima-se infinitamente de nada, entre dentro e fora.
o Absoluto faz um desvio entre o eterno e o nada, para viver connosco um instante de vertigem.
o último instante da flecha imóvel antes do tempo se incendiar todo no peito X. incógnita.
um instante de álcool. vem e cai. no peito de X.
o álcool perdura na queda até que o corpo aprende a voar.
também o repouso é uma velocidade apaixonada pelo fundo. vem e cai até ao álcool dos últimos dias da mulher grávida. estremece de Futuro. no peito de X.
o sol cai na lua no piano na língua na matéria no útero X.
o sol incógnito lança flechas de Absoluto. na ausência ou na demora de Messias.

Saturday, December 17, 2011

labirinto


um labirinto pode ser uma única linha, reta invisível, que atravessa as ruínas de pedra e saliva. de menos infinito a mais infinito, passando por zero, por mim em jamais. o sinal passa, nebuloso, e faz corpo com nada, senão pó de incógnitas. dormes, desde a fonte que fala do Enigma, com o grande hematoma no peito do Presente. brilha uma dor intocável que aprofunda a paragem dos cavalos no vértice da catástrofe. explosão abrupta, umbilical, de sol.

diante do declive, os meus cavalos correm. diante do abismo, os meus cavalos aceleram, como tangentes do Futuro, e voam na plenitude da linha que transborda, de menos infinito a mais infinito, concentrando-me em zero. uma ideia de boca e de canto: uma vogal aberta apenas, um cântico mínimo, uma linha única que quebra o ciclo.

muitos cavalos nas veias. uma convergência de infinitos. muitos deuses em jogos de dados sobre a areia.

o meu interior é a superfície das ondas extremas, o recomeço de Acontecer.
uma incarnação de infinito no singular: uma pele sem princípio nem fim, sem círculo nem centro, um corpo recém-nascido no meu corpo.
a fonte fala em Enigma. o anjo fala em Sonho. sempre uma mulher espera um filho
como o Eterno. e o corpo do filho é o Singular fogo que derrete a densidade da tragédia e todo o teatro do Fim.

Thursday, December 15, 2011

Eros & Poiesis

Eros & Poiesis:

'via Blog this'

omitir sempre uma palavra como uma parede no labirinto.
as mãos bifurcam-se entre dois jardins onde o tempo vem florir muitos espinhos sem porquê. Também as rosas são parábolas do messias que vem ou não ou outra coisa. O medo deseja o tempo dos manuscritos quentes. O desejo receia os meandros do peito em ebulição. Há uma espada abissal na minha ideia de uma ilha onde finamente naufragar contra falésias e brumas de êxtase. O mais denso e remoto êxtase que o messias decifra com vertigens.