Saturday, September 17, 2011

palavra


que a palavra seja a coisa, o acto, o próprio acontecer-Me
a elipse vibrante dos lábios que faz do ar uma deflagração
a palavra desde sempre e para sempre no círculo aberto
meia-noite-meio-dia
a palavra que faz princípio
muitos ecos de calar-se

digo-me o nome deste Outono quase a dobrar-me
ausente onda do álcool de Deus absorto aqui
digo-me que se repete tanto tudo nada fundo
primeira palavra depois de largo lamento
tanto calar-se discordo-me tardo-me longe

o nome exacto de morrer de sede agora
no meu meio-dia-meia-noite
sempre novamente

flash vowels


she brings pours blows the orange crayons over and over the horizon

the rock the skin the mud the final waters diving in here in now

right here right now I owe the point the line the plane the final curves

o you o me sunsets to dive

if. only if. she comes.

Friday, September 9, 2011

do Indefinível ao indefinido

foram infinitas navegações que queimaram a carne e os ossos
aproximações ao coração do fogo, o Indefinível que lavrava todos os tecidos do mundo por dentro

o Indefinível evapora-se no indefinido. talvez.
como se o sopro que transmutou o barro em carne fosse também todo filho do pó
como se a respiração fosse apenas terra - mais ou menos subtil

o indefinido sucede ao Indefinível, tocamos em Nada com a menor ondulação da tempestade