Thursday, February 15, 2024

Sobre o Desespero dos Poemas de Amor

quase no polo sul do fogo e do gelo

uma canção desesperada procura seu Oriente

a infinita dor dos lábios canta o Silêncio do Extremo

a infinita dor do desespero dos poemas de amor é sempre

a linguagem mais bruta: Silêncio do Extremo



sobre o desespero dos poemas de amor todos os lobos uivam de loucura 

e Alegria 

e Confusão

sobre o desespero dos poemas de amor: sensação corporal de princípio e de fim

sensação de enigma no corpo-e-terra 

alteração em todas as fibras

desespero-na-canção

poema de carne e estrela e pó


sobre o desespero dos poemas de amor: as cordas tensas

as cordas das harpas e das cítaras e dos barcos e das armas

as cordas gritam e ecoam... 

meu corpo-e-terra na língua toca nos extremos: a falésia mais alta e o colapso mais fundo e o medo mais mortal

a infinita dor: infinitos animais selvagens mordendo dentro de todas as fibras feridas

minhas fibras de carne e estrela e pó aquecendo no ácido do desespero dos poemas de amor

aqui bebo a canção desesperada desde o silêncio antes do Primeiro Poema: Silêncio boca-a-boca 

aqui antes da literatura, começa o sangue ofegante do êxtase derramado boca-a-boca  

2 comments:

Anonymous said...

Uau

Anonymous said...

Fogo e gelo, dor e silêncio, alegria e confusão, todos entrelaçados na experiência humana do amor e do desespero. Uau! Parabéns!!