"…Attribuez à mon souffle trop court ce qui dans mon propos restera obscur ou froid. Mais retenez la comparaison – elle définit le Livre en tant que Livre c’est-à-dire en tant qu’inspiration…" (E. Lévinas)
Thursday, August 19, 2010
De mulher
Creio nas portas e nas janelas e nas escadas e em toda a inteligência do espaço. O pormenor. O concreto. O cuidado. O afago. Tudo o que o Mistério deseja, mais eu desejo. Os ritos das sensações: creio tudo próprio de mulher.
Inteligência das janelas absolutas sobre histórias de janelas. Tudo de mulher.
Casas com mulheres a nascer a crescer a gerar a fala. Creio tudo de mulher: imagino a fala que abre a absoluta inteligência das janelas sobre as janelas. Imagino a descida ao corpo as histórias de descidas com impulsos de falas e brumas. Tudo de mulher
Não encontro dificuldade em definir-me através de qualquer ausência. sou de mulher. uma espécie de história da inversão do absoluto que vai da janela para a janela pela janela. A história debruça-se como as mulheres da casa sobre a vaga bruma dos impulsos. Fazer nascer o espaço. Sou de mulher como aquela pressa de pôr os olhos os olhos os olhos na tua sensação de descida. Como um símbolo hesitante para nascer, crescer, gerar. A janela absoluta que substitui a porta as escadas a casa. enfim permuta a subida e a descida com a matéria das forças. A diagonal submetida à parábola até à pele mais frágil: amanhã que não passa, mais eu desejo.
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