a lua pode
nascer e morrer
na mesma noite, segundo o vento.
tantas luas quantas as veias
tantas veias quantas as línguas
a lua bate nos sentidos contrários, de um lábio para outro
sem a bússola animal do beijo, somente a boca torrencial
somente a voracidade, somente,
a lua pode semear e colher
na mesma noite
a alegria cega da chama
a colisão da chama contra a Noite
de Eros que explode, implode, explode, implode,
com o ritmo das ondas, tuas, contra o peito, meu.
a lua pode nascer e morrer na mesma fuga.
sei que foges da Origem para melhor dormir.
foges em círculos entre a língua e os dentes
e bates sobre aqui com agora
tu bates na pele dos frutos,
tantos frutos quantos os sonhos da Fonte.
bebemos bastante até chover, nós-chuva
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