Saturday, September 14, 2013

Post-Climax

Bebo a tua luta feroz com a vibração última
sofro  contigo  comigo  as sílabas feridas de segredo


Perguntas-me o que tenho feito. Absolutamente nada. Bato à porta em mim em ti e espero inacabado o Princípio ou o Fim do Mundo. Não compreendo as ruas nem as grutas por Onde as noites nos passam. Somos insónias com artérias comunicantes. Entro lentamente na nudez infinita e quero o fluxo do longe. A minha obscuridade fala com os teus pássaros  a linguagem terrível dos tambores. Vivo a catástrofe  da outra margem do segredo. As raízes rebentam a terra até salvar o intangível círculo no meio do grito desejante. As palavras carnívoras libertam as linhas tensas da respiração  no limite de perder tudo. Somos obscuros cânticos de passagem. Uma voz arfante  dança  e banhamo-nos  frágeis  aqui no limite estamos no âmago conexos à superfície das primeiras águas  hálito de  cintilância sobre o centro.

Adivinho no teu útero  as primeiras águas. Meu esforço é o perigo íntimo da meditação sobre o nada enquanto levamos à boca toda a saliva do mistério ávido de ciclos escorrendo elásticos. Há girassóis abrindo o Mundo. Há trevas em mutação no nosso relâmpago. Há uma flor nova  incessante  no ar. Boca na língua  somos  uma pergunta no cerne do fruto.
Os cavalos galopam dissipando trevas  no ar do êxtase.   as crinas inflamáveis tocam nos teus seios futuros.  Amo-te.  Madrugada de pele  terrivelmente  ligada à fome e à sede e à loucura. Ainda dentro das pedras  ou do Eclipse  já éramos o fogo cru da Força viva  e o incêndio nos cabelos nas curvas nas letras.  Somos nus e rastejantes  até ao rio por Onde cantamos  à flor da pele. Atiramos o coração para o oculto sem voz.  Adormecemos na viagem que transborda de sol através dos gestos. Somente.

Tocamo-nos tanto no sopro na fuga no teto. 

Continua a invenção da lua cheia.   





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