Thursday, June 16, 2016

Profeta: Paixão do novo



O profeta fala línguas de outros mundos desejáveis, na vertente do Futuro-mais-desejável. O profeta acredita no Possível e delira inteiramente porque crê inteiramente. O profeta ataca a cidade com uma espada primaveril, ataca cada verbo vivo no singular.
Com os golpes da espada primaveril, novas folhas verdes explodem no espaço. Tudo começa agora no aço brilhante da lâmina.
Aproximo-me do profeta para compreender a crise da Aliança. No mesmo instante, sinto a evidência de uma ferida, um fluxo de sangue, uma abertura nova no corpo novo. Estou ferida, a partir da evidência que vem aqui ao corpo averbar noutras línguas o Desejo Futuro de crer e desejar e atacar os verbos carentes de outras línguas no singular, no absoluto singular, no vazio inquieto do absoluto singular, eu.
Significar eu é apontar para um vazio denso, vazio capaz da intensidade total dos verbos, vazio originante de delirar e crer inteiramente na loucura de ser corpo. Eu é um tacto essencial, uma sensibilidade corporal, uma exposição de corpos-entre-corpos como verbos-entre-verbos, com a densidade do vazio absoluto a produzir plasma e a queimar o Alfabeto e o texto todo dos alfabetos.
Eu não é texto. Somente energia no singular que acontece e insiste e averba Mundos.

No comments: