Os dedos podem ferir ou sarar o sol frágil dos afectos, dependendo da pressão e do movimento.
Muito cedo, descobrimos uma ferida no centro da nossa montanha, uma ferida que não sara. Mais tarde, compreendemos que não é uma ferida, mas uma passagem e que as passagens não sangram nem cicatrizam.
As passagens mostram o vazio necessário para a explosão das fontes novas.
Coloco, portanto, os dedos na minha ideia inquietante de estar mortalmente ferido e a exactidão do contacto abre o silêncio oceânico que há no centro do corpo e no cimo das nossas montanhas íntimas.
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