"…Attribuez à mon souffle trop court ce qui dans mon propos restera obscur ou froid. Mais retenez la comparaison – elle définit le Livre en tant que Livre c’est-à-dire en tant qu’inspiration…" (E. Lévinas)
Wednesday, August 3, 2011
necessidade de montanha
a montanha aquece os pés de porquê.
vem vermelho íntimo pousar na língua.
os espíritos que esse sangue de montanha envia ao cérebro são densos e agitados como os teus braços futuros que são ventos muito subtis em torno de todos os meus músculos. também os mistérios têm ramos e pulmões. penso como os teus olhos ligam tudo a tudo. desde a veia cava até à espuma de saliva que contorna os lábios do vazio, da vigília, da ideia de amor de ainda
inteiro é o fogo: a única fonte de luz que conhece o caminho da cinza ao cristal. transmutação nocturna que consome desde o começo até ao fumo.
a lua engendra montanhas que se alimentam do fluxo e refluxo das minhas ânsias.
desenho crateras com pó de palavras que caiu mais pesado que todos os corpos quebrados desde a primeira contracção até à dilatação da pupila.
querer no futuro um certo bater do pulso
um sinal rubro da passagem de chamas
longe do vapor das lágrimas
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