Saturday, July 28, 2012

pássaros

Os pássaros incandescentes vêm aqui, entre menos infinito e mais infinito.

Vêm e lançam a combustão nas minhas ondas matinais.
Tenho uma profecia
agridoce
a fermentar
debaixo da língua.

Não sei beber nem inspirar o Obscuro relâmpago da tua Nascente.

Os pássaros incandescentes vêm aqui, entre menos infinito e mais infinito.
Vêm e gritam espuma.

O tempo é a combustão das minhas ondas matinais.
A minha língua vem da tua boca para esta areia, o abdómen do Mundo.
Tenho uma profecia
agridoce
não sabe falar.

O Absoluto Desejo fermenta debaixo da língua.
Não sei beber-Te nem inspirar-Te, Obscuro relâmpago da Nascente.

Serás Tu a minha Ferida primitiva?
a ferida que semeia Tudo quando o vento se levanta? Serás?
Diz-me o teu Mar na minha saliva.

No comments: