Wednesday, July 25, 2012

zigue-zague


eu sou o zigue-zague de olhos fechados. à tua porta, semi-aberta para Só. tudo o que amas, amas só, num zigue-zague de álcool no sangue. álcool no silêncio do sangue que respira tudo o que arde. tudo. somente. na exatidão dos pássaros. na violência das árvores. tudo o que arde. tudo o que grita. está aqui. eis! aqui aceso no meu zigue-zague, sem olhos, nem mãos, apenas um tronco de animal nu, cru. para que o texto se interrompa, como uma fratura que rasga músculos e crenças para além do corpo próprio. eu sou o zigue-zague que não promete nada nem espera nada entre menos infinito e mais infinito. a verdade é a água a entrar e a afundar o barco. a água a questionar o naufrágio. ou morres ou cantas. ou sofres ou danças. ou te trespasso com o Possível ou te asfixio com o Atual. ou te mordo ou te bebo. não vejo por onde te salvas sem Só. poderia ser muito do que não é nada nem será nada. entre nunca e hoje, todos os pulmões se convertem em músculos. todo o ar em pedra. o amor em apneia. tu mergulhas nos olhos fechados para Só. amas só. em tudo o que amas és só tudo, só. alucinas outro corpo colado ao teu. alucinas o Inteiro. é só a ideia de Infinito a sangrar... o álcool sofre no oceano onde és só. e estou todo em só. condenado a tudo. como tu, no princípio do combate. vens só. todos os conceitos abrem dor, cravos. tudo o que amas, és só.

1 comment:

Paulo Jesus said...

eu sou o zigue-zague de olhos fechados. à tua porta, semi-aberta para Só. tudo o que amas, amas só, num zigue-zague de álcool no sangue. álcool no silêncio do sangue que respira tudo o que arde. tudo. somente. na exatidão dos pássaros. na violência das árvores. tudo o que arde. tudo o que grita. está aqui. eis! aqui aceso no meu zigue-zague, sem olhos, nem mãos, apenas um tronco de animal nu, cru. para que o texto se interrompa, como uma fratura que rasga músculos e crenças para além do corpo próprio. eu sou o zigue-zague que não promete nada nem espera nada entre menos infinito e mais infinito. a verdade é a água a entrar e a afundar o barco. a água a questionar o naufrágio. ou morres ou cantas. ou sofres ou danças. ou te trespasso com o Possível ou te asfixio com o Atual. ou te mordo ou te bebo. não vejo por onde te salvas sem Só. poderia ser muito do que não é nada nem será nada. entre nunca e hoje, todos os pulmões se convertem em músculos. todo o ar em pedra. o amor em apneia. tu mergulhas nos olhos fechados para Só. amas só. em tudo o que amas és só tudo, só. alucinas outro corpo colado ao teu. alucinas o Inteiro. és só, sou só. somos: a ideia de Infinito a sangrar... o álcool sofre no oceano onde só. e ser todo em só é a verdade. ser condenado a tudo. eu como tu, no princípio do combate. vens só para só. todos os conceitos abrem dor, cravos. tudo o que amas, és só. somos uma hipótese de muito nunca.