Tuesday, June 9, 2009

O vermelho das veias

Desejo a hora do fogo nas veias

Concentro toda a minha vida no desejo da hora do fogo

Um fogo vermelho a circular pelas veias
embarcamos nele sem a metamorfose das palavras em cinzas

Confunde-se com sangue mas é outra essência
uma essência de vento ou de sopro que há no vermelho do sangue

Desejo a Hora do Fogo como minha Origem
a hora do vento unindo o coração ao útero

eu seria a hora do desejo
o útero em chamas de tudo
tudo o que grita no deserto

1 comment:

rasgos de ser said...

Ocorre-me uma reflexão sobre Dionisos e as Menades, sobre o êxtase delirante e a libertação que alguns julgam devastadora.
Um extase que não pode ser tão sereno como o que Sophia Andresen escreve nos seus poemas, mas que me aparece carregado de negativo como na seguinte citação: «Dionysus liberates by destroying. He is not pleasure by pleasure but pleasure pain, the tormenting bondage of our life in the body. For each gift he exacts a price. [...) Invitation to Dionysian dance is a biding contract of enslavement to nature» in Camille Paglia, Sexual Personae -Art and Decadence from Nefertiti to Emily Dickinson

A agitação do sangue nas veias,
o fogo,
o grito,
o útero respirando,
Creio na dança das Ménades, no seu delírio
no banho em sangue,
Mas não sangue de morte
Sangue de fogo
sangue de pulsação
sangue de voo

Quero aprender a dançar com elas