Sunday, January 2, 2011

dizer fogo


fazes vento de gelo e fogo. desenhas contradições frente ao mar.
as nossas mãos são animais errantes que perderam os sentidos. nas margens. nas nascentes. nos textos ardentes que queimam os lábios e quebram a respiração.
os teus degraus de sílabas sobem até ao princípio da carência. conduzem ao teu litoral sem linguagem outra que ascensão de chamas. lábio a lábio. todo o horizonte é de cavalos trazendo a terra inteira com seus vulcões originais. começa a nudez. primeiro Verão. passagem de aves. ondulação perpétua. seremos adolescentes nus. à porta do sol.
o sopro lento dos lábios traz a loucura dos relâmpagos. seu uivar de lobos ou de violoncelos jovens. despe muitos barcos de memórias mortais. ensina-me o vinho que acende o corpo. aproxima-me do fogo. até ao fim das estrelas.

No comments: