"…Attribuez à mon souffle trop court ce qui dans mon propos restera obscur ou froid. Mais retenez la comparaison – elle définit le Livre en tant que Livre c’est-à-dire en tant qu’inspiration…" (E. Lévinas)
Friday, March 16, 2012
desespero e canto
durmo vigiando, vigio dormindo. todas as minhas fantasias se aproximam do mar e cantam: o mar é nosso.
Deus salta da ponte depois de descobrir uma razão de morrer e canta: sentir tudo.
nunca vi o todo de nada, somente as órbitas do dia vivo. há mais palavras sobre palavras do que corpos sobre corpos. desespero e canto.
canto o meu cântico, danço a minha dança. o meu inimigo está sempre em pé e eu já atravessei densamente um dia inteiro de combate. viver um dia inteiro inteiramente é viver tudo. está tudo vivido quando se encadeia a madrugada. resta recomeçar. depois do primeiro dia inteiro, tudo recomeça. também a ignorância de mim recomeça comigo. abrem-se passagens no peito de recomeçar, sem terror.
recomeçar e aspirar à Paixão suprema: Tu não morres.
aqui vibra o ar e o oceano transforma-se em fogo nos olhos procurando outros. tão errantes como a loucura de perder os sentidos durante os mil anos em que demora a nudez da Paixão suprema: Tu não morres.
somos de fibra infinita, bebemos fogo e nada nos vence
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2 comments:
uma gaivota é uma metáfora de outra coisa...
e cada símbolo gera outro símbolo... e a vida vai embarcada em símbolos, de gaivota em gaivota...
não tenho medo das lágrimas... lavam a cara e os olhos... fica tudo mais iluminado...
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