a cena esvazia-se, a aurora desmorona-se... Eros é condenado aos grilhões na caverna. a solidão cerca a circunferência Feminina da luz absoluta, perdida em Exodus. um íntimo labirinto infinito subterrâneo ou subcutâneo: somos. na feminina circunferência da caverna dos grilhões, somos condenados ao infinito perder-se. no chão cai a boca quebrada e bebemos as mãos de lama no abdómen de lama, como no princípio.
a cena esvazia-se, a aurora desmorona-se... somos a caverna onde dorme o sol de perder-se. as rochas transpiram de ânsias nossas, desfazem-se em lamas no chão. bebemos, como no princípio as lamas absolutamente germinativas. somos o útero da aurora, as sementes que mudam a pele.
a cena esvazia-se, a aurora rompe-se. estamos sós na caverna, mudando de pele com tanta fricção rochosa. vibramos violoncelos de melancolia e êxtase na caverna donde vem o princípio desnudo da vertigem.
Sinto-me tensa e aérea, sou dentro do clarão o Instante de Vapor. renasço do abismo de Eros contra Eros, re-iludida com a carícia nos cabelos e o horror do vácuo na raiz da pele.
hiberno e mudo de pele todas as noites, intermitente como a respiração cortada pela incompreensão exaltada pelo esgotamento de tanta pele desmedida, tanta pele abrupta de urgência e avidez. despir-me no ar, jogando o pânico dos naufrágios: Eros contra Eros, atmosfera de flechas e sangue...
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