Esconde tempo na derme do poema. Talvez língua. Tua.
Desdobra os dedos no abdómen, talvez alfabeto de abismo. Teu. Desenha-me de onde e porquê, teus dedos, no meu labirinto. Também humidade incandescente na mão de mar lento, tua. As ondas sobem até ao último planalto
Tudo arde sobre a pele e a pele sobre tudo. As pétalas ardem inteiras. Oscilo.
Quase tudo o que arde cura. Bebo labaredas de êxtase e angústia, neste cavalo.
Aprendo as tuas línguas de fogo, mastigo o sol nas pétalas da
flor da vertigem.
Quase caio contra o fundo da onda que recua. Sou
horror de vácuo e respiro.
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