Saturday, December 22, 2012

Labyrinthus 2


Esconde tempo na derme do poema. Talvez língua. Tua.


Desdobra os dedos no abdómen, talvez alfabeto de abismo. Teu. Desenha-me de onde e porquê, teus dedos, no meu labirinto. Também humidade incandescente na mão de mar lento, tua. As ondas sobem até ao último planalto


Tudo arde sobre a pele e a pele sobre tudo. As pétalas ardem inteiras. Oscilo.

Quase tudo o que arde cura. Bebo labaredas de êxtase e angústia, neste cavalo.


Aprendo as tuas línguas de fogo, mastigo o sol nas pétalas da flor da vertigem.

Quase caio contra o fundo da onda que recua. Sou horror de vácuo e respiro.

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