o medo de florir. o medo de demolir. o medo de abrir. o medo de partir. o medo de ferir.
todos os medos soltam as âncoras na fome de tocar-Te.
quase nada sobrevive ao vento da ausência, na memória dos tactos.
a respiração treme antes de aprender o canto. antes de elaborar a voz,
antes.
oscilamos, onde amanhece o pão que te ofereço. um súbito clarão dentro dos frutos.
se me chamas, come o meu corpo despojado.
antes de acender o Dia. antes do
sinal desconhecido que começa a estória de assalto à floresta do peito onde sou
para ti uma fissura verde que no deserto do meio-dia ainda sopra um remoinho
com tons de púrpura e ópio.
estamos no segredo, somos o segredo, a Oriente do Oriente,
onde o amor é vapor de
essências.
oscilamos onde amanhece o pão que te ofereço boca-a-boca antes de acender o Dia. no claustro do poema, cavamos um poço para beber a ressonância que vem do fundo.
oscilamos. hesitamos entre as portas, mordemos as pedras com o desejo de fogo, vapor, fusão de Extremos nesta terra.
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